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Vitória do PP não cala contestação interna a Mariano Rajoy

Apesar de ser “a primeira força em votos”, o PP caiu de 37% para 27% dos votos face a 2011 e ficou sem as sete maiorias que detinha em 13 das comunidades que foram a votos no domingo. O presidente de Castela e Leão e a presidente da câmara de Madrid, criticam frontalmente Rajoy.

Sergio Perez/Reuters
26 de Maio de 2015 às 15:17
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A declaração proferida esta segunda-feira pelo primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, não bastou para sossegar as hostes do PP. Esta terça-feira, 26 de Maio, duas das principais figuras do partido de Rajoy teceram duras críticas ao primeiro-ministro.

 

O presidente da comunidade de Castela e Leão, Juan Vicente Herrera, que ocupa o cargo desde 2002 e que foi um dos poucos a alcançar um bom resultado nas eleições autonómicas e municipais de domingo, falhando a maioria absoluta por apenas um deputado, aconselhou Mariano Rajoy a "olhar-se ao espelho" e reflectir sobre se deve ser ele a candidatar-se pelo PP nas legislativas de Novembro. O primeiro-ministro garantiu ontem que será candidato nas legislativas agendadas para Novembro.

 

Posição idêntica à de Ana Botella, presidente da câmara municipal de Madrid, que considera necessário que os membros do PP "façam uma reflexão" para que os populares possam "tomar as medidas convenientes" perante os resultados de domingo.

 

Depois de ter decidido não se recandidatar à autarquia madrilena, Botella viu a candidata popular, Esperanza Aguirre, vencer as eleições por apenas um vereador relativamente ao movimento Agora Madrid, protagonizado por Manuela Carmena e apoiado pelo Podemos. Se o Agora Madrid se juntar ao PSOE assegura a maioria absoluta na capital espanhola. No entender de Botella, "hoje Madrid é mais de esquerda do que na semana passada".

 

Esta segunda-feira, um dia depois das eleições autonómicas e municipais que ditaram a fragmentação do tradicional bipartidarismo representado pelo PP e pelo PSOE e um panorama sem as necessárias maiorias absolutas, Mariano Rajoy, apesar de reconhecer que teria "gostado de outros resultados", pretendeu deixar vincado que ainda assim o vencedor das eleições foram os populares.

 

Todavia, "os resultados falam por si sós", disse Botella que defende a necessidade de mudanças no PP:  "Seria enganarmo-nos a nós mesmos dizer que o resultado não foi muito mau, é evidente que o resultado foi muito mau", contrapôs Ana Botella citada pelo El País.

 

As declarações da ainda presidente da câmara de Madrid surgem depois de ontem a cúpula popular se ter reunido, encontro aproveitado por Rajoy para assegurar que não vai proceder a nenhuma remodelação governamental.

 

Apesar das críticas, Herrera acabou por reconhecer que Mariano Rajoy é "uma esplêndida pessoa e um homem honrado" com condições para "aspirar" a uma recandidatura. Mas sublinha que o PP tem de avançar com uma renovação geracional, deixando subentendidas críticas aos responsáveis populares envolvidos em polémicas relacionadas com casos de corrupção.

 

PSOE discute acordos regionais com Podemos e Cidadãos na sexta-feira

 

O fórum anual Nova Economia que decorrerá na próxima sexta-feira, em Stiges, será uma ocasião para o secretário-geral socialista, Pedro Sánchez, aferir as reais possibilidades do PSOE de formar executivos regionais e autárquicos com o Podemos e o Cidadãos. No dia seguinte, Sánchez já poderá apresentar ao seu partido as condições exigidas por aqueles partidos para formarem governos nas regiões e municípios cujas coligações permitam obter maiorias.

 

Mas na imprensa espanhola já circulam referências às condições exigidas pelos partidos recém-entrados no quadro político espanhol. O El País refere que a formação liderada por Pablo Iglesias tem como principal objectivo retirar o poder ao PP no máximo de instituições possível, assentando os programas em duas ideias-chave: tolerância zero face à corrupção e inverter as políticas de cortes na despesa.

 

Já o Cidadãos de Albert Rivera pretende também negociar pactos de governo com base em quatro níveis programáticos: a luta contra a corrupção, regeneração do sistema político, coesão social e um programa de enquadramento aos próprios pactos e coligações num país habituado a maiorias de um dos dois grandes partidos.

 

Apesar de ter perdido cerca de 750 mil votos face a 2011, o PSOE poderá conseguir governar sete das 13 regiões autonómicas que foram a votos no domingo, mais a Andaluzia que continua sem formar governo desde as eleições de 22 de Março.

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