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Podemos aceita pactos com o PSOE mas recusa coligações em executivos autonómicos

Pablo Iglesias garante que o Podemos não participará em governos de coligação com o partido de Pedro Sánchez. Mas para impedir a chegada ao poder do PP, o Podemos está disposto a negociar acordos que facilitem a governação.

28 de Maio de 2015 às 18:26
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A relação entre o Podemos e o PSOE "mudou" e "há gestos que mostram que essa relação [com o PSOE] mudou". A garantia foi dada por Pablo Iglesias esta quinta-feira, 28 de Maio, já depois da primeira reunião da cúpula do Podemos desde as eleições autonómicas e municipais de domingo passado.

 

O líder do Podemos notou que "agora o Pedro Sánchez (líder do PSOE) telefona-me, antes não", deixando no ar uma abertura do partido de extrema-esquerda para negociar acordos ou pactos que possibilitem assegurar a governabilidade em instituições onde o Podemos ou o PSOE tenham alcançado votações significativas.

 

No entanto, segundo cita o La Vanguardia, Iglesias rejeita a constituição de qualquer coligação com o PSOE em governos autonómicos, excepção feita, adianta o El País, ao caso da comunidade autonómica de Aragão.

 

Esta estratégia pós-eleitoral permitiria a Pablo Iglesias cumprir as garantias dadas durante a campanha. Por um lado, conseguiria "evitar que o PP governe" – o objectivo primordial assumido pelo Podemos. Por outro não necessitaria de estabelecer coligações formais com o PSOE, partido que classifica como pertencente à "casta" que o Podemos tanto critica, mantendo-se assim imune a acusações de sede de poder. A possibilidade de aproximação ao PSOE já tinha valido várias críticas internas a Pablo Iglesias.

 

O PSOE necessita do apoio do Podemos para governar em regiões como Castela-La Mancha, Estremadura ou Astúrias. Já o movimento Agora Madrid, protagonizado por Manuela Carmena e apoiado pelo Podemos, só poderá conquistar a câmara da capital espanhola se se aliar ao PSOE ou, pelo menos, recolher o seu apoio.

 

Para Iglesias, as conversas telefónicas mantidas nos últimos dias com o secretário-geral do PSOE e "a mudança de tom" verificável nas declarações de dirigentes deste partido de centro-esquerda, mostram que quem mudou foi Pedro Sánchez. Contudo, para acordar qualquer tipo de entendimento, o Podemos exige uma viragem de 180 graus na postura do PSOE, o compromisso na luta contra a corrupção e a renúncia à adopção de cortes na despesa.

 

Independentemente do grau de aproximação entre os dois partidos que se venha a verificar, o El País nota que no caso de se virem a confirmar entendimentos, o PSOE já não poderá acusar o Podemos de "populismo", nem o partido de Iglesias poderá dizer que a formação de Sánchez continua a pertencer à "casta".

 

Pressão interna sobre Rajoy não cessa

 

Já o PP e o seu líder e primeiro-ministro Mariano Rajoy continuam sob tensão. Continuam a sentir-se as réplicas das críticas feitas à forma como Rajoy acolheu os resultados das eleições, que significaram a perda de 7 maiorias absolutas detidas pelos populares em 13 das regiões autonómicas que foram a votos no domingo.

 

Juan Vicente Herrera, presidente da comunidade autonómica de Castela e Leão desde 2002, e que ficou a apenas um deputado da maioria, pediu esta quinta-feira a demissão do ministro da Indústria, José Manuel Soria, a quem acusou de ser "arrogante" e "insensível". Na terça-feira já aconselhara Rajoy a "olhar-se ao espelho" antes de assumir a recandidatura às legislativas que terão lugar em Novembro.

 

Mariano Rajoy admitiu entretanto que poderá proceder a alterações no partido e, ou, no governo, mas tais decisões só serão anunciadas depois de os factos terem acontecido. Para já, a imprensa espanhola adianta que nenhuma remodelação será efectuada antes do mês de Julho, sendo que a secretária-geral do partido, Dolores de Cospedal, uma das principais responsáveis pela comunicação do partido, deverá ser a primeira cabeça a rolar.

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