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U-ni-da-de, u-ni-da-de… 27 horas a tentar juntar cacos no PSD

Os dois primeiros dias do Congresso do PSD serviram para trabalhar a unidade do partido. Rio deu a mão a Santana, Montenegro avisou que vai andar por aí e Santana veio no fim tentar juntar os cacos.

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Passavam cerca de 27 horas desde que o Congresso do PSD tinha arrancado e foi como se um ciclo se tivesse fechado. Quando Rio chegou, na sexta-feira, à sala do Centro de Congressos de Lisboa não vinha sozinho. Trazia consigo Santana, com quem tinha disputado a liderança do partido em Janeiro. O sinal estava dado. Rio queria mostrar ao PSD que a unidade estava a ser trabalhada. No primeiro discurso que fez perante os congressistas, o presidente eleito também falou da unidade, quando elogiou a "militância activa e empenhada" de Santana Lopes. Lado a lado, os dois trocavam risos e proximidade. Mas sábado estava a chegar.

O segundo dia do Congresso do PSD estava reservado para os críticos e assim foi. Luís Montenegro apareceu como o futuro candidato à liderança do PSD. Anunciou que sai do Parlamento em Março, que vai para a rádio e a TV, e talvez para os jornais, e prometeu não fazer oposição interna. No entanto, deixou o aviso a Rio. Se for desafiado, não vai pedir licença a ninguém. Acabou, porém, a dizer que este é o tempo de Rio. O Congresso agitou-se com Montenegro, que contou com a ajuda de Hugo Soares e Miguel Pinto Luz - ambos a tentar condicionar a acção de Rui Rio. Depois apareceram os críticos do crítico. Rangel recusou "a fulanização de batalhas virtuais" e Poiares Maduro defendeu que o tempo de competir já passou e é hora de "cooperar". O Congresso foi jantar.

No regresso foi Santana Lopes que fechou a noite. Do rival de Rio esperava-se a habitual intervenção que anima sempre os Congressos sociais-democratas. A sala encheu para ouvir o ex-primeiro-ministro e antigo presidente do PSD, que foi quem mais mobilizou os congressistas. Pedro Santana Lopes vinha em paz e construiu uma espécie de anel protector à volta de Rio.

"Não gostei de ver tentarem condicionar-te mal foste eleito e antes de tomares posse aqui neste Congresso", disse no palco laranja, dirigindo-se a Rui Rio. "Tu ganhaste e tens todo o direito a executar a tua estratégia", explicou. Depois dos avisos para dentro do partido, Santana alertou Rio que o tempo que se aproxima será o da crítica. "Ó Rui, agora vão começar a descobrir-te os defeitos." O sinal era óbvio: Santana tentou selar a unidade entretanto ameaçada e mostrar que, se para ele o que passou passou, para os outros a regra deve ser a mesma. Em nome do PSD "que é uma pessoa", disse. 

Este foi último discurso marcante do segundo dia do Congresso. Mas os trabalhos continuaram com outros oradores menos conhecidos a falar no palco e a Mesa a pedir contenção nas palavras pelo adiantado da hora. Para domingo está previsto o encerramento, com os órgãos a serem eleitos e Rio a falar pela primeira vez como presidente do PSD e a dirigir-se ao país. Porque agora "é hora de agir".

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