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Montenegro sai do Parlamento mas vai andar por aí

O ex-lider da bancada parlamentar prometeu não fazer oposição interna a Rio mas posicionou-se para ser futuro candidato à presidência do partido. Vai sair do Parlamento e passar para o espaço mediático. E quando sentir o apelo não pedirá licença para regressar.

Miguel Baltazar
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O ex-líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, anunciou esta tarde que vai sair do Parlamento a 5 de Março, mas não vai desaparecer. Vai andar pela rádio, pela TV e talvez nos jornais. Sempre a "ajudar e representar o PSD", afirmou, avisando, porém, que apesar de não pretender fazer oposição interna a Rio, se alguma vez regressar à vida política activa não pedirá licença a ninguém. O PSD tem agora uma nova versão do famoso "vou andar por aí" de Santana Lopes, que Montenegro apoiou nas directas de Janeiro.

Montenegro é apontado como um dos potenciais futuros líderes do PSD, tendo ponderado candidatar-se na sequência da decisão de não recandidatura de Passos Coelho. Mas razões políticas e pessoais acabaram por ditar o recuo de Montenegro. 

A intervenção de Montenegro era por isso aguardada com expectativa no segundo dia do Congresso do PSD que decorre em Lisboa, o momento reservado para os putativos candidatos a futuro líder.   

"É tempo de nos deixarmos de guerras artificiais (...) Eu não sou, não quero e não vou ser oposição interna a Rui Rio", afirmou Montenegro que promete ser "oposição a António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa".

Ficou assim a garantia de Montenegro de que não andará a minar o terreno ao novo presidente laranja. No entanto, Montenegro não deixou de criticar a estratégia que Rio tem defendido. 

Quando apresentou a candidatura à liderança social-democrata, Rio afirmou que queria voltar a pôr o PSD no centro do espectro político. "É um erro dizer que temos de nos recentrar", avisou Luís Montenegro, argumentando que "quem mudou de sítio foi o PS", que se radicalizou para junto da extrema-esquerda. O PS "é hoje mais Louçã do que Mário Soares", atirou. É um "neossocialismo bloquista que nos governa", afirmou. 

Apesar de garantir que não fará oposição interna a Rui Rio - e de o ter desafiado a concentrar-se na construção de um programa -, Montenegro não vai desaparecer de cena. Vai antes assumir outra posição. 

O antigo líder da bancada social-democrata anunciou que sairá da Assembleia a 5 de Março - data em que fará 16 anos de vida parlamentar - para dedicar mais tempo à família e dar lugar a outros. Mas vai continuar a partilhar o que pensa noutros espaços.

"Não vou abandonar o combate político. Na rádio, na televisão, por ventura, nos jornais. Mas não farei como outros. Vou sempre ajudar e representar o PSD", adiantou. Porém, deixou um alerta ao novo líder depois de o ter desafiado a ganhar as terceiras eleições legislativas seguidas. Se alguma vez sentir o apelo para regressar à vida política activa, "não pedirei licença a ninguém". "Mas agora é a hora do Rui Rio", concedeu. 

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