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Rio define prioridades para recuperar classe média

O agora empossado presidente do PSD saiu do 37.º Congresso social-democrata com as prioridades definidas para o futuro do partido e do país. Rui Rio quer recentrar o PSD e voltar à sua matriz social-democrata para depois recuperar o eleitorado perdido, em especial a classe média.

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Rui Rio já definiu as prioridades para o futuro próximo como presidente do PSD e a primeira passa por recuperar o eleitorado perdido, em especial a classe média, que deve ser o "principal foco" da acção de um partido social-democrata, "a par de uma luta estruturada contra a pobreza".

 

Recentrar o PSD na matriz social-democrata é o primeiro passo para o conseguir, explicou Rio que pretende também recuperar a capacidade reformista do partido e a ética como fio condutor da acção política.

 

Para enquadrar ideologicamente as suas intenções, o novo líder citou por duas vezes o antigo líder dos sociais-democratas alemães (SPD), Helmut Schmidt: "precisamos de uma moral pública; se queremos chegar longe, temos de ser capazes de dar pequenos passos".

 

Para dar esses passos, Rio vê como crucial o "diálogo social" mas também a necessidade de governar com horizonte alargado e não imediatista. Porque "governar para as pessoas não é apenas distribuir simpatias e conceder-lhes cada vez mais direitos", justificou numa alusão à geringonça.

 

Governar para as pessoas não é apenas distribuir simpatias e conceder-lhes cada vez mais direitos Rui Rio

Reforma na Segurança Social

 

Uma vez que, para Rui Rio, o actual Governo é incapaz de levar a cabo as reformas necessárias e "as políticas públicas capazes de induzir o crescimento económico" por estar "amarrado aos seus compromissos com a esquerda", o presidente do PSD diz-se então disponível para entendimentos.

 

A justificar a importância de "entendimentos alargados" estão os "estrangulamentos que não são possíveis de serem resolvidos sem a colaboração de todos".

 

Rio já deixou identificados os problemas estruturais do país. Perante o envelhecimento, o problema da natalidade e a inversão da pirâmide etária, "impõe-se por isso uma reforma que confira justiça, racionalidade económica e sustentabilidade" à Segurança Social.

 

O líder social-democrata deixa portanto o "desafio" ao Governo, demais partidos e parceiros sociais para que se empenhem nesta reforma estrutural.

 

Para a saúde, Rio pediu um "serviço público de qualidade" que requer investimento "no apetrechamento humano, nos equipamentos e sensibilização da população em termos de cuidados de saúde". Rio defende que o Estado tem a obrigação de "garantir um Sistema Nacional de Saúde sustentável e moderno".

 

Não rejeitando a participação dos privados na oferta do SNS, defendeu porém que a oferta privada tem de ser "regulada e fiscalizada".

 

No sector da educação, Rui Rio criticou as "reversões" feitas pelo Governo que fizeram Portugal regressar ao "experimentalismo pedagógico sem controlo nem avaliação".

Deixou ainda sinais de que quer aprofundar a profissionalização da carreira docente.

 

Na reforma do Estado defendeu "um país mais equilibrado territorialmente" e com uma gestão da despesa "mais rigorosa", deixando a sugestão de descentralização dos institutos públicos, como, por exemplo, a transferência do Tribunal Constitucional ou da Provedoria de Justiça para Coimbra.

 

Rui Rio considera todas estas reformas fundamentais para colocar o país a crescer de forma sustentada no médio e longo prazo. Rio traçou como meta pôr o rendimento per capita português em 101% da média europeia, ou seja, no pelotão da frente da Europa.

 

Na sexta-feira, o presidente do PSD tinha defendido que o crescimento de 2,7% do PIB em 2017 ficou aquém das possibilidades.

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