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Montenegro: "Dei um contributo com boa-fé. Quem não perceber isto, percebe mal"

Numa curta entrevista ao Negócios, o antigo líder da bancada parlamentar recusa as críticas que lhe foram feitas por destacados militantes sociais-democratas depois de ter anunciado no Congresso estar disponível para o futuro.

Miguel Baltazar
18 de Fevereiro de 2018 às 00:13
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O deputado social-democrata reagiu àqueles que consideraram o seu discurso inoportuno por este ser tempo de apoiar a nova liderança, garantindo que deu "um contributo com boa-fé" e "quem não perceber isto percebe mal". "[Espero que] aqueles que dizem isso possam, a partir de segunda-feira, fazer aquilo que eu também quero fazer, apoiar o PSD".

 

Numa curta entrevista ao Negócios à margem dos trabalhos, Luís Montenegro abordou as declarações de Paulo Rangel e Poiares Maduro que consideraram que a demonstração de disponibilidade para se apresentar à liderança no futuro foi inoportuna por este ser um momento de garantir unidade em torno do novo líder, Rui Rio.

 

Como avalia a análise ao seu discurso feita pelo eurodeputado Paulo Rangel e pelo professor Miguel Poiares Maduro, que criticaram o momento escolhido por si para afirmar que, no futuro, estará disponível para assumir novos desafios no partido?

Não sei se são críticas e se são para mim. Se são críticas e são para mim acho que não se justificam. Aquilo que estamos aqui a fazer nestes três dias é a discutir, a interagir, é a dizermos uns aos outros aquilo que pensamos, não é a disfarçar. É a partir da diversidade de todas as opiniões que construímos o nosso discurso e se dei esse contributo dei-o com total boa-fé e com boa intenção, quem não perceber isto percebe mal. Era muito pior se em vez de o fazermos aqui no Congresso andássemos a fazê-lo a partir de segunda-feira. E eu espero que aqueles que dizem isso possam, a partir de segunda-feira fazer aquilo que eu também quero fazer, apoiar o PSD.

Disse que o Presidente da República definiu bem o que é o PSD, um partido que "vai do centro-esquerda ao centro-direita". Rui Rio também já fez essa afirmação pelo que se depreende que concorda com o novo líder do PSD.

Há uma diferença. Uma coisa é dizermos, e era a isso que eu me referia, que a nossa abrangência política e ideológica vai do centro-direita ao centro-esquerda. Outra coisa é dizer que o PSD precisa hoje de se recentrar e eu respondi a isso no meu discurso, acho que não precisamos de nos recentrar porque nos nunca nos descentrámos. Quem se descentrou foi o PS. E eu quero que o PSD possa, olhando para a realidade política portuguesa, não estar preocupado com o seu posicionamento, que é o mesmo dentro dessa abrangência, mas com uma vertente muito realista e pragmática. O que quero que o PSD diga é que quem saiu do centro politico foi o PS porque se radicalizou, casou com o BE e o PCP e acho que isso é que é importante ficar claro na reunião magna do partido.


Mas não considera que o PSD precisa fazer um reajustamento para recuperar o eleitorado perdido como mostram alguns estudos?

Muito melhor do que um estudo é o resultado eleitoral e, por alguma razão, nós ganhámos as eleições legislativas em 2015. E o PS teve 32%.

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