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Trump vai implementar medidas de "verificação extrema" à entrada de estrangeiros nos EUA

Mais um dia, mais umas ordens executivas assinadas. Esta tem sido a "imagem de marca" de Trump na sua primeira semana de mandato, cumprindo assim muitas das "promessas" e "ameaças" que fez ao longo da sua campanha na corrida à Casa Branca.

Reuters
27 de Janeiro de 2017 às 23:19
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Desmantelar acordos comerciais - os já existentes e os que estão em curso. Flexibilizar as normas ambientais e aliviar o sector financeiro em matéria de regulação. Construir um muro ao longo da fronteira com o México. São muitas as ordens executivas que o novo presidente norte-americano tem vindo a assinar desde que tomou posse, há precisamente uma semana. Donald Trump quer conseguir cumprir as grandes linhas com que se comprometeu – e quer fazê-lo nos primeiros 100 dias do seu mandato.

 

Hoje, depois de uma conversa telefónica de uma hora com o seu homólogo mexicano, Enrique Peña Nieto, e após uma reunião com a primeira-ministra britânica, Theresa May, seguida de uma conferência de imprensa conjunta, Trump ainda teve tempo de assinar mais uma ordem executiva, que promete vir a ser tão controversa como outras que tem em manga ou que já viabilizou.

 

A ordem executiva assinada hoje prevê medidas de "verificação extrema" à entrada de nacionais de outros países nos Estados Unidos, avançou o The Guardian, sublinhando que esta acção – que tinha já sido prometida – tem sido amplamente anunciada sobretudo como uma proibição temporária à entrada de refugiados e imigrantes provenientes de países de maioria muçulmana.

 

Com efeito, Trump anunciou que estas medidas se inserem no seu plano de "manter afastados os radicais islâmicos". "Estamos a delinear novas medidas de verificação [na entrada no país], de modo a manter fora dos Estados Unidos da América os radicais islâmicos terroristas", declarou o presidente esta sexta-feira, durante uma visita ao Departamento da Defesa.

 

"Não os queremos cá. Queremos garantir que não estamos a admitir a entrada no nosso país das mesmas ameaças que os nossos homens e mulheres estão a combater lá fora", acrescentou, citado pelo The Guardian.

 

Segundo a mesma fonte, o republicano não deu mais pormenores sobre esta acção executiva, designada "Proteger a nação de ataques terroristas por parte de estrangeiros".

 

A verificação de todos os estrangeiros que entram no país, com inquéritos à chegada a solo norte-americano, é um procedimento já habitual. A diferença, neste caso, está na sua característica "extrema".

 

Ao que o The Guardian conseguiu apurar, pelo ‘draft’ desta ordem executiva, a "verificação extrema" de todos os dados de quem queira entrar nos EUA incidirá sobretudo sobre os provenientes de sete países. Nos próximos 30 dias, aliás estará suspensa a atribuição de vistos a quem venha do Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria, Iémen e Irão.

 

"Curiosamente", o Cato Institute concluiu, numa análise aos ataques terroristas em solo norte-americano entre 1975 e 2015, que os nacionais daqueles sete países agora visados por Trump não mataram um único americano naquele período abrangido pelo estudo, destaca ainda o jornal britânico.

 
(notícia actualizada às 23:27)

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