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Pagar muro de Donald Trump é inaceitável para "dignidade" do México, diz MNE
O ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano reiterou hoje - em linha com o que afirmou na quinta-feira o Presidente - que o país não pagará o muro com os EUA "sob nenhuma circunstância".
27 de Janeiro de 2017 às 07:03
O ministro dos Negócios Estrangeiros do México, Luis Videgaray, afirmou, na quinta-feira, em Washington, ser inaceitável o seu país pagar o muro que o Presidente dos EUA quer erguer na fronteira por uma questão de "dignidade".
"Há assuntos que são [inaceitáveis] por uma questão de dignidade, que não têm que ver com as exportações ou com a economia, mas com o coração e o orgulho dos mexicanos", sublinhou o chefe da diplomacia mexicana, numa conferência de imprensa na embaixada do México em Washington.
Luis Videgaray, acompanhado pelo ministro da Economia, Ildefonso Guajardo, realizou uma visita de dois dias a Washington para preparar o encontro -- cancelado na quinta-feira -- entre o Presidente do México, Enrique Peña Nieto, e o homólogo norte-americano, Donald Trump, que estava previsto para a próxima semana.
Apesar do cancelamento do encontro entre os dois líderes e da "desilusão" e "estranheza" relativamente ao anúncio de Donald Trump sobre a construção do muro na fronteira comum, o ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano mostrou-se confiante na retoma de reuniões de alto nível com a Administração norte-americana nas "próximas semanas".
"Reiteramos a vontade indeclinável do Governo do México de manter uma comunicação estreita ao mais alto nível com a Administração dos Estados Unidos. Vamos continuar a negociar e a alcançar bons acordos", afirmou.
Donald Trump assinou na quarta-feira um decreto para o início da construção de um muro ao longo da fronteira entre os Estados Unidos e o México -- que tem uma extensão total de cerca de 3.000 quilómetros -- para travar a entrada de imigrantes ilegais no território norte-americano, dando o primeiro passo para concretizar uma das mais polémicas promessas da sua campanha eleitoral para as presidenciais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano reiterou hoje - em linha com o que afirmou na quinta-feira o Presidente - que o país não pagará o muro "sob nenhuma circunstância" e que há "coisas" - como essa -- "que não podem ser nem serão negociáveis".
"Reconhecemos nos Estados Unidos uma nação soberana, com pleno direito a proteger as suas fronteiras em consonância com a decisão do seu povo e governo. Não coincidimos que o muro seja a melhor forma de proteger ou gerar uma boa convivência entre vizinhos, mas podem defender as suas fronteiras como acharem melhor", argumentou.
"Porém, daí a pretender que seja o povo do México a pagar o muro é passar de uma acção soberana para algo que é profundamente inaceitável", sustentou o chefe da diplomacia mexicana.
Videgaray afirmou, além disso, que com um imposto sobre as importações de produtos mexicanos -- como propôs na quinta-feira a Administração de Donald Trump -- o que vai suceder é que o muro fronteiriço vai acabar por ser pago pelos consumidores norte-americanos.
"Um imposto às importações de produtos mexicanos por parte Estados Unidos não é forma de fazer com que o México pague o muro, mas antes o consumidor norte-americano, que vai passar a pagar mais pelos abacates, máquinas de lavar roupa ou televisões", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano.
Um porta-voz do Presidente dos Estados Unidos afirmou na quinta-feira que Donald Trump planeia financiar a construção do muro fronteiriço impondo um imposto de 20% sobre todos os bens provenientes do México.
"Ao fazer isto, conseguimos recolher 10 mil milhões de dólares por ano e facilmente pagar o muro", disse na quinta-feira Sean Spicer, a bordo do avião presidencial 'Air Force One', sem entrar em detalhes sobre como o imposto iria funcionar ou quando seria aplicado.
Segundo estimativas dos líderes republicanos no Congresso dos Estados Unidos, o muro poderá custar entre 12 mil milhões e 15 mil milhões de dólares.
"Há assuntos que são [inaceitáveis] por uma questão de dignidade, que não têm que ver com as exportações ou com a economia, mas com o coração e o orgulho dos mexicanos", sublinhou o chefe da diplomacia mexicana, numa conferência de imprensa na embaixada do México em Washington.
Apesar do cancelamento do encontro entre os dois líderes e da "desilusão" e "estranheza" relativamente ao anúncio de Donald Trump sobre a construção do muro na fronteira comum, o ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano mostrou-se confiante na retoma de reuniões de alto nível com a Administração norte-americana nas "próximas semanas".
"Reiteramos a vontade indeclinável do Governo do México de manter uma comunicação estreita ao mais alto nível com a Administração dos Estados Unidos. Vamos continuar a negociar e a alcançar bons acordos", afirmou.
Donald Trump assinou na quarta-feira um decreto para o início da construção de um muro ao longo da fronteira entre os Estados Unidos e o México -- que tem uma extensão total de cerca de 3.000 quilómetros -- para travar a entrada de imigrantes ilegais no território norte-americano, dando o primeiro passo para concretizar uma das mais polémicas promessas da sua campanha eleitoral para as presidenciais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano reiterou hoje - em linha com o que afirmou na quinta-feira o Presidente - que o país não pagará o muro "sob nenhuma circunstância" e que há "coisas" - como essa -- "que não podem ser nem serão negociáveis".
"Reconhecemos nos Estados Unidos uma nação soberana, com pleno direito a proteger as suas fronteiras em consonância com a decisão do seu povo e governo. Não coincidimos que o muro seja a melhor forma de proteger ou gerar uma boa convivência entre vizinhos, mas podem defender as suas fronteiras como acharem melhor", argumentou.
"Porém, daí a pretender que seja o povo do México a pagar o muro é passar de uma acção soberana para algo que é profundamente inaceitável", sustentou o chefe da diplomacia mexicana.
Videgaray afirmou, além disso, que com um imposto sobre as importações de produtos mexicanos -- como propôs na quinta-feira a Administração de Donald Trump -- o que vai suceder é que o muro fronteiriço vai acabar por ser pago pelos consumidores norte-americanos.
"Um imposto às importações de produtos mexicanos por parte Estados Unidos não é forma de fazer com que o México pague o muro, mas antes o consumidor norte-americano, que vai passar a pagar mais pelos abacates, máquinas de lavar roupa ou televisões", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano.
Um porta-voz do Presidente dos Estados Unidos afirmou na quinta-feira que Donald Trump planeia financiar a construção do muro fronteiriço impondo um imposto de 20% sobre todos os bens provenientes do México.
"Ao fazer isto, conseguimos recolher 10 mil milhões de dólares por ano e facilmente pagar o muro", disse na quinta-feira Sean Spicer, a bordo do avião presidencial 'Air Force One', sem entrar em detalhes sobre como o imposto iria funcionar ou quando seria aplicado.
Segundo estimativas dos líderes republicanos no Congresso dos Estados Unidos, o muro poderá custar entre 12 mil milhões e 15 mil milhões de dólares.