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"A nossa relação nunca foi tão forte", diz Trump após encontro com May
A primeira-ministra britânica encontrou-se esta sexta-feira com o novo presidente dos Estados Unidos, sendo o primeiro líder de um país estrangeiro a reunir-se com Trump desde que o republicano foi empossado, no passado dia 20 de Janeiro. E ambos dizem que o saldo da conversa foi muito positivo.
Theresa May e Donald Trump estiveram reunidos esta sexta-feira, 27 de Janeiro, em Washington, tendo neste encontro falado sobre as relações comerciais entre o Reino Unido e os EUA, especialmente num contexto de Brexit, bem como sobre outros assuntos, entre os quais o combate ao terrorismo, o conflito na Síria e a NATO.
Depois de, no referendo de 23 de Junho passado, os britânicos terem optado por sair da União Europeia, May procura agora reforçar outros laços e alianças, na tentativa de capitalizar parcerias, algumas das quais já muito antigas, como acontece com os Estados Unidos.
No final da conversa, ambos se mostraram satisfeitos. Em conferência de imprensa conjunta, Trump garantiu que "a nossa relação nunca foi tão forte". "Os americanos e os britânicos sabem que os governos têm de responder às exigências dos cidadãos (…) e reforçamos a necessidade de o Reino Unido afirmar a sua soberania", sublinhou o presidente dos EUA, acrescentando que "eu e a senhora primeira-ministra britânica procuraremos trabalhar mais de perto".
Theresa May reiterou esta intenção, dizendo que o Reino Unido e os EUA "trabalharão mais de perto nos próximos tempos". A primeira-ministra britânica disse ainda que a Rainha de Inglaterra conta que Trump e a sua família sejam recebidos, em breve, em visita de Estado ao seu país.
"As duas nações já estão a unir esforços para lidar com desafios, fortalecer relações e combater a terrorismo", salientou May, garantindo que "as nossas conversações vão prosseguir".
A primeira-ministra britânica disse que hoje foram abordados temas, entre os dois governantes, como a Rússia, Síria e segurança interna. "E falámos também sobre a NATO e a importância de a NATO continuar a afirmar o seu papel", disse May, sublinhando que "também afirmei o meu papel de conversar com os meus parceiros europeus para fortalecerem a NATO".
Além disso, prosseguiu "falámos também de cooperação económica e comercial, que neste momento já é intensa". "A partilha já é muito intensa, mas parece-me que há oportunidades para novas parcerias e para reforçar as economias e as suas capacidades, e criar também mais empregos", destacou May a propósito da relação entre ambos os países.
Neste âmbito, destapou um pouco mais o véu, dizendo que "estamos a ver como podemos delinear um acordo bilateral". "Um acordo de comércio bilateral poderá ser importante para os dois países, especialmente quando sabemos que o Reino Unido se prepara para sair da União Europeia. Espero que esteja aberto um caminho de prosperidade para os dois países", rematou.
Rússia também centra atenções
Após Trump e May falarem, na conferência conjunta, aceitaram responder a algumas perguntas dos jornalistas presentes. E a primeira delas foi sobre a Rússia, uma vez que o presidente norte-americano irá falar amanhã, ao telefone, como seu homólogo Vladimir Putin.
Sobre esta questão, Trump disse que quer que os EUA tenham uma excelente relação com todos os países, mas ressalvou que nem sempre isso acontecerá. Afirmou esperar uma boa relação com a Rússia e a China e disse também esperar que "amanhã a conversa seja positiva".
Já May, quando questionada sobre a posição do Reino Unido relativamente às sanções impostas à Rússia, disse considerar que "as sanções têm de continuar até que os acordos que existem a nivel internacionais sejam respeitados".
Quanto a esse assunto, Trump salientou que "é demasiado cedo" para falar em aliviar as sanções contra Moscovo.
(Notícia actualizada às 19:54)