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Seguro diz que PS está disponível para negociar, mas com todos os partidos

O líder do PS não respondeu directamente ao repto do primeiro-ministro, nem esclareceu se está disposto a seguir a proposta do Presidente da República, mas mostrou-se disponível para negociar.

Miguel Baltazar
12 de Julho de 2013 às 10:25
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António José Seguro não deixou passar a oportunidade de lembrar as duas semanas difíceis que a coligação do Governo enfrentou, referindo a demissão de Vítor Gaspar e o pedido de demissão de Paulo Portas e classificando a actual situação como uma “crise política como não há memória na nossa vida democrática”. Uma crise que, segundo Seguro, “mina os alicerces da democracia”.

 

O secretário-geral socialista argumentou que o PS não mudou a sua posição nos últimos dois anos e, já no final, deu as primeiras pistas sobre que solução poderá aceitar, comprometendo-se a revelar mais pormenores mais tarde no debate. “O PS está disponível para iniciar processos de diálogo com todos os partidos com assento parlamentar, com todos os partidos que estejam disponíveis”. Leia-se: incluir o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista.

 

Recorde-se que vários analistas têm apontado que, caso o PS chegue a acordo com o PSD e o CDS, poderá perder muitos votos para o BE e o PCP, uma vez que o esforço de austeridade deverá continuar.

 

Em resposta, Passos Coelho acusou Seguro de se ter concentrado excessivamente na “trica política”. “Podia ter dado mais tempo para falar do importante.” Nesse sentido, o primeiro-ministro defendeu cedências de parte a parte. “Basta que não fiquemos agarrados ao que dissemos”, sublinhou Passos. Da banca socialista gritou-se: “Isso é para o CDS!”

 

Estas declarações foram proferidas durante o Debate do Estado da Nação, que decorre esta sexta-feira no Parlamento, dois dias depois de Cavaco Silva ter surpreendido ao não dar seguimento à proposta de remodelação do Governo, apresentada por Passos Coelho e Paulo Portas, e defendido um acordo de salvação nacional entre os três partidos que assinaram o memorando de entendimento com a troika, apontando para que se convoquem eleições na altura em que termina o programa de ajustamento português, ou seja, a partir de Junho de 2014.

 

Esta decisão surgiu depois de Paulo Portas ter apresentado a sua demissão no dia 2 de Julho, iniciando uma crise política.

 

Os partidos e Governo foram apanhados de surpresa e já ontem estiveram reunidos, quer internamente, quer com o Presidente da República, onde Cavaco Silva terá explicado melhor a sua proposta.

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