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PCP reitera que há condições para que PS "tente formar Governo"

O PCP não exclui "conversar com ninguém" e lembra que os socialistas, se estiverem disponíveis, podem liderar um Executivo. Contudo, lamentou que, neste momento, pareça que não há essa vontade do PS.

Bruno Colaço/Correio da Manhã
05 de Outubro de 2015 às 13:03
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Um dia depois das eleições, o Partido Comunista Português continua a acreditar que o Partido Socialista tem condições para formar um Governo. Nem que seja apenas tentar.


"Se o PS quiser fazer esse esforço, nós entendemos que há condições para que o PS tente formar um Governo", disse o comunista João Oliveira, no final das cerimónias de comemoração da Implantação da República. Contudo, deixou um lamento: "parece que o PS não está disponível, sequer, para discutir".

 

Em declarações transmitidas pelas televisões nacionais, João Oliveira, que na última legislatura foi o líder da bancada do PCP, disse que o partido não se nega a conversas: "Nunca excluímos conversar com ninguém". João Oliveira repetiu as palavras já ditas por Jerónimo de Sousa, no domingo, em que o líder do partido afirmou que o "PS tem condições para formar Governo".

 

Em coligação com os Verdes, a CDU obteve 8,27% dos votos, tendo obtidos 17 assentos parlamentares. No espectro da esquerda política, o BE contou com 10,22%, alcançando 19 deputados, e o PS atingiu 32,38% dos votos, com 85 deputados. O PAN alcançou 1 deputado. Já a coligação PSD e CDS/PP, adicionados os mandatos obtidos pelo PSD Madeira e Açores (que concorreu nesses círculos sem estar coligado), registou 38,34% dos votos, suficientes para 104 deputados. Juntos, o PCP, o BE e o PS conseguem ultrapassar a votação da coligação.

 

É nesse sentido que João Oliveira diz que o PS "devia tentar formar governo", para "interromper" o caminho seguido pela coligação, cujos partidos foram os que lideraram o Executivo nos últimos quatro anos. "Neste momento, há, na Assembleia da República, à esquerda do PS, uma maioria de deputados. Temos a perspectiva de um Governo diferente. Há que, pelo menos, haver essa tentativa", continuou João Oliveira.

Nas suas declarações após o anúncio dos resultados eleitorais, António Costa defendeu que não faria parte de uma "maioria do contra". "A coligação PSD/CDS tem de perceber que há um novo quadro e não pode julgar que pode continuar a governar como se nada tivesse acontecido. Mas, infelizmente, a maioria que expressou uma vontade de mudança ainda não se traduziu numa maioria de Governo, nem satisfaz no mero exercício de uma maioria negativa apenas apostada em criar obstáculos sem assegurar uma alternativa credível e real de Governo", declarou

PR tem de aceitar realidade diferente da "vontade"  

Questionado pelos jornalistas sobre se o Presidente da República daria o mandato ao PS, já que a coligação foi mais votada, o comunista afirmou que é de conhecimento público que "o comprometimento do Presidente da República não é com a esquerda". Contudo, disse, o "Presidente tem de lidar com uma realidade que é diferente da sua vontade".

 

Sobre as palavras do socialista Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, em que disse os portugueses tinham votado numa maioria de partidos que defende a manutenção na União Europeia, João Oliveira não fez grandes declarações, optando por dizer que não entendeu como um "ataque pessoal" ao PCP.

 

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