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Partidos da coligação pressionam PS, esquerda critica Chefe de Estado

Coligação volta a sublinhar a disponibilidade de um "diálogo político" para criar um "governo estável e duradouro". Já o Bloco de Esquerda e o PCP acusam Cavaco Silva de não respeitar a Constituição e não ouvir partidos.

Miguel Baltazar/Negócios
06 de Outubro de 2015 às 22:15
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"Cavaco veio dar uma ajuda ao PSD para formar Governo". Foi assim que Mariana Mortágua encarou a declaração ao país do Presidente da República desta terça-feira, 6 de Outubro. Cavaco Silva delegou ao actual primeiro-ministro a missão de formar Governo através do diálogo com os restantes partidos e apelou Governo estável e duradouro.

Depois de reunir durante cerca de uma hora com o actual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, esta terça-feira, 6 de Outubro, da qual não resultaram quaisquer declarações aos jornalistas, o Presidente da República, Cavaco Silva, fez uma declaração ao país. "Cabe aos partidos políticos que elegeram deputados revelar abertura", declarou.


Mariana Mortágua -
deputada do Bloco de Esquerda


Bloco volta a desafiar PS para solução de esquerda


A deputada do Bloco de Esquerda sublinhou que Cavaco Silva se limitou a reunir com Passos Coelho, sem estarem publicados os resultados definitivos das eleições ou reunir com outros partidos. Na mesma declaração, Mariana Mortágua reiterou "que não será pelo Bloco de Esquerda que existirá um Governo de direita", nem que, da mesma forma "deixará de existir "uma solução estável de esquerda, que rompa com a austeridade".

Face à aparente rejeição do líder socialista de uma possível coligação entre o Partido Socialista e o Bloco, Mariana Mortágua disse não existir ainda uma resposta definitiva de Costa: "o desafio está em cima da mesa", finalizou.



João Oliveira
- líder da bancada parlamentar do Partido Comunista Português


A prioridade política deve ser a estabilidade na vida das pessoas

As mesmas acusações teceu o PCP, pela voz de João Oliveira, que acusou o Presidente da República de "ignorar o resultado eleitoral" e avançar num caminho de patrocínio à coligação, sem auscultar os restantes partidos políticos. Para o PCP, Cavaco Silva "está a procurar ignorar que domingo passado houve eleições e que o Governo que até agora tinha maioria absoluta para governar foi derrotado e deixou de ter condições de legitimidade política na Assembleia da República para prosseguir o caminho de desastre que vinha executando". 

João Oliveira recusou o discurso de dar prioridade à estabilidade política, afirmando que a última estabilidade política significou "instabilidade na vida das pessoas, do progresso e da resolução dos problemas sociais".

"O Presidente está a procurar insistir na perpetuação da política que vinha sendo executada pelo Governo, particularmente com aquelas notas de continuação da submissão externa no plano da participação de Portugal na NATO, as questões do euro, do Tratado Orçamental ou mesmo da renegociação da dívida", acrescentou.



Marco António Costa
vice-presidente do PSD


Estabilidade Governativa só será conseguida entre coligação e PS


Já Marco António Costa, vice-presidente do PSD reagiu às declarações de Cavaco Silva sublinhando a "total identificação" do partido com "os objectivos e preocupações" apresentadas por Cavaco. "Parece-nos inequívoco que a busca de uma solução de governabilidade estável é indispensável para criar crescimento económico". Marco António Costa disse que essa busca terá de ser feita "naquele que é o partido que se identifica nos mesmos princípios do projecto europeu, que não tem hesitações na política de moeda comum e da NATO". 

O porta-voz do PSD falou na procura de "pontos de convergência que permitam a construção de uma solução negociada para uma estabilidade política do próximo Governo" e em valores comuns que permitem "criar uma solução governativa que seja consistente, sólida, que tenha estabilidade", recusando-se no entanto a "fazer especulações" sobre cenários.



João Almeida
- vice-presidente da bancada parlamentar do CDS-PP


Para o CDS cabe à coligação gerar solução de Governo


"Houve uma vitória clara da coligação Portugal à Frente, o que faz com que esta coligação tenha a responsabilidade de gerar uma solução de Governo", afirmou João Almeida. Sublinhando a disponibilidade do CDS para esse trabalho, João Almeida diz ter "bons sinais do PS" para essa "disponibilidade para algo que é essencial".

"O PS, que leu os resultados da mesma maneira, sabe quem ganhou, sabe qual é a responsabilidade do maior partido da oposição", disse, negando contactos formais com o PS, afirmando que não podia haver esse tipo de contactos antes da comunicação do Presidente da República.

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