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António Galamba: “Costa não tem mandato para negociar com a coligação”
Na ressaca da derrota eleitoral deste domingo, as bases do PS começam a posicionar-se para nova batalha interna, o que prova que as feridas provocadas pela saída de António José Seguro ainda não sararam.
O resultado do PS ficou aquém de tudo o que António Costa prometeu quando avançou para a liderança do partido e isso deve obrigá-lo a demitir-se, defendem alguns militantes mais próximos de António José Seguro. António Galamba é um deles. "António Costa candidatou-se com o objectivo de unir o partido e conseguir uma maioria absoluta. Não conseguiu nenhum deles", diz ao Negócios. Por isso há que tirar as respectivas "ilações", até porque Costa "não tem mandato para negociar com a coligação".
Acordos à direita são algo novo para Costa, garante Galamba. "Manifestamente, não foi essa a opção feita por António Costa na campanha, e nem sequer consta da sua moção". O ex-dirigente não esquece as pressões que foram feitas, em 2013, precisamente para que Seguro não firmasse um acordo com a maioria. "Os mesmos que tentaram criar um ambiente adverso nessa altura são os que criaram as condições para não ganharmos", sublinhou.
"Está na altura de as pessoas assumirem as suas responsabilidades", acrescentou, criticando ainda o "apoio a uma candidatura presidencial que não é ganhadora", em referência a António Sampaio da Nóvoa. "Não é por ser segurista que digo isto, é por ser realista. Era só o que faltava não termos um bom resultado nas Presidenciais", acrescenta, em referência à candidatura de Maria de Belém.
Álvaro Beleza e Rui Prudêncio já se perfilam como candidatos à sucessão de António Costa. O PS vai marcar um congresso, algo que decorre dos estatutos, mas que servirá para Costa ser desafiado e também para aumentar, ou não, a sua legitimidade como secretário-geral.