Nuno Sá, actual deputado que não vai repetir a presença no Parlamento na nova legislatura depois da catástrofe do PS no distrito de Braga, e que é igualmente próximo de Seguro, diz, a propósito dos resultados eleitorais, que "não vale a pena enfiar a cabeça na areia". "O PS não é um partido de protesto, tem de perceber por que não conseguiu mobilizar os portugueses. O secretário-geral não pode fugir a encarar esta realidade", comenta ao Negócios.

Nuno Sá considera que o discurso de António Costa no domingo foi "correcto" e considera que "ninguém espera que o PS ande a agitar a bandeira da instabilidade". "Uma solução de consenso, com cedências de parte a parte, é o caminho que os portugueses querem e esperam do PS", e "é o caminho que vai credibilizar o PS", acrescenta.

"O PS deve ser parte da solução, e António Costa não é o único em condições de garantir que o PS faça parte dessa solução", nota, apesar de dizer que é "precipitado pôr já Costa de lado".

"Não faz sentido o PS continuar num caminho de sectarismos puristas" e, aproveitando as palavras de Fernando Medina esta manhã, nas comemorações do 5 de Outubro, em que o autarca fala de um "novo ciclo político", Nuno Sá deixa a pergunta: "está Costa em condições de liderar este novo ciclo? Quem tem a capacidade de somar e de aglutinar mais?".

É também por isso que "António José Seguro deve ser chamado ao diálogo". "Houve muitos dirigentes e militantes que foram excluídos por apoiarem o anterior líder, mas devem ser todos ouvidos para se construir uma situação aglutinadora". Até porque "há muita gente no terreno que acha que Seguro poderia voltar a ser secretário-geral. É prematuro falar disso, mas este é o momento para o ouvir". Também Francisco Assis deve participar nesse diálogo, defende.