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Francisco Assis: PS deve ser oposição mas com preocupações de estabilidade política

O eurodeputado socialista Francisco Assis defende que o PS deve assumir a liderança da oposição ao governo PSD/CDS-PP, nunca se subjugando a chantagens, mas sendo sensível às "legítimas" preocupações de estabilidade política.

Miguel Baltazar/Negócios
06 de Outubro de 2015 às 16:24
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"Um grande partido como o PS não pode, em nenhuma circunstância, colocar-se numa situação de fragilidade perante as chantagens e as ameaças de outras forças partidárias à sua esquerda ou à sua direita. Nesta perspectiva, entendo que o PS deve assumir com clareza a liderança da oposição ao governo de direita, sem que isso signifique uma indisponibilidade de princípio para a viabilização dos instrumentos imprescindíveis à governação do país", advogou o cabeça-de-lista dos socialistas às eleições europeias de 2014 em declarações à agência Lusa.


O ex-presidente do grupo parlamentar do PS sob as lideranças de António Guterres e José Sócrates sustentou que estes dois princípios de orientação não são incompatíveis.


"Bem pelo contrário, o país não compreenderia nem um PS subjugado à chantagem parlamentar da direita, nem um PS insensível às legítimas preocupações de estabilidade política. Abre-se, assim, uma possibilidade real para a realização de um diálogo útil entre o Governo e a principal força da oposição, sem pôr em causa a identidade nem de um nem de outro", acrescentou Francisco Assis, que

Entendo que o PS deve assumir com clareza a liderança da oposição ao governo de direita, sem que isso signifique uma indisponibilidade de princípio para a viabilização dos instrumentos imprescindíveis à governação do país.
Francisco Assis

foi derrotado por António José Seguro na corrida à liderança do PS.

Assis afasta-se da corrida à liderança do PS

O eurodeputado socialista considera "extemporânea" qualquer discussão sobre a liderança do PS. "Considero extemporânea qualquer discussão sobre a liderança do PS. Não podemos perder de vista que temos eleições presidenciais dentro de três meses e é agora ainda mais importante garantir a eleição de um Presidente da República oriundo do nosso espaço político", afirmou Francisco Assis, acrescentando que todas as energias políticas dos socialistas "devem ser canalizadas para esse objectivo" presidencial "e não devem ser gastas em disputas internas fora de tempo".

"O país reclama um PS forte, com rumo e com elevado sentido da responsabilidade institucional", advertiu.

Numa análise sintética sobre os resultados das eleições legislativas, Francisco Assis defendeu que este acto eleitoral alterou "significativamente a realidade política nacional".


"A coligação de direita ganhou as eleições mas perdeu a maioria absoluta; o PS, subindo ligeiramente, ficou aquém dos objectivos expectáveis e a extrema-esquerda parlamentar reforçou a sua expressão. Face a este cenário ao PS incumbem especiais responsabilidades de todo em todo incompatíveis com atitudes precipitadas e declarações imponderadas", insistiu o eurodeputado.


Para Francisco Assis, "neste momento tão difícil, exige-se a todos os militantes - e em especial aos seus dirigentes - que mantenham a serenidade e a elevação imprescindíveis à realização de uma indispensável discussão acerca do nosso presente e do nosso futuro".

"Como tal teremos que evitar a tribalização do partido, a sua transformação num espaço de confronto de claques, a consagração da disputa personalizada em detrimento de uma séria reflexão de que não deveremos prescindir", acrescentou.

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