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Novo braço-direito de Passos é “peso pesado” da academia e antigo consultor da Islândia

Miguel Poiares Maduro vem do Direito e da Europa com um currículo invejável. Foi consultor jurídico da Islândia no processo "Icesave". Passa a adjunto do primeiro-ministro, responsável pela comunicação social e autarquias, antes a cargo de Miguel Relvas. Fica também com o QREN, que estava com Almeida Henriques.

11 de Abril de 2013 às 20:29
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Miguel Poiares Maduro, 46 anos, é uma entrada surpresa no Governo. Antigo advogado-geral do Tribunal Europeu de Justiça, deu aulas em várias universidades europeias e não só. Passou pelo Colégio da Europa (Bruges); pela Universidade Católica e também pela Nova, em Lisboa;  pela London School of Economics; pela Chicago Law School; pelo Instituto Ortega y Gasset (Madrid) e  Instituto de Estudos Europeus de Macau.

 

Era até agora Director do Global Governance Programme e Professor de Direito no Instituto Universitário Europeu, em Florença, e Professor Convidado da Yale Law School, nos EUA.

 

Passa a ser adjunto do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, com a tutela da comunicação social (integrou recentemente um grupo de alto nível europeu para a liberdade e pluralismo na comunicação social) e das autarquias locais, ambas antes a cargo de Miguel Relvas. Fica também com o Desenvolvimento Regional, pasta que tem os fundos comunitários do QREN ao seu serviço,  que estava com António Almeida Henriques, que saiu do Executivo para se candidatar à presidência da Câmara de Viseu.

 

Natural de Coimbra, Miguel Poiares Maduro vivia até agora em Florença (Itália), mas escreve com alguma regularidade para publicações portuguesas e tem comentado a actualidade na sua página (aberta) no Facebook.

 

Num dos “post” mais recentes demarcou-se da interpretação do Tribunal Constitucional às normas chumbadas do Orçamento do Estado, concluindo que as opções que Portugal tem pela frente ficaram agora mais escassas e perigosas.  “Não é muito optimista mas a certa altura teremos de fazer as nossas escolhas em vez de pensar que podemos contar em impor aos outros (a UE) as escolhas que gostaríamos que fizessem (e que até seriam, em boa parte, justificadas, só que não dependem de nós...)”, adverte.

 

Poiares Maduro tem repetidamente argumentado que Portugal tem de cumprir a sua parte no ajustamento necessário a permanecer no euro, mas que só será bem sucedido se a Europa puser em marcha um “mecanismo de verdadeira solidariedade” – um “dilema” complexo, uma vez que os passos da Europa dependem também dos sucessos nacionais, refere.

 

O novo ministro – tomará posse neste sábado, 13 de Abril – foi também consultor do Governo islandês no processo “Icesave”, em que Tribunal acabou por dar cobertura ao Executivo de Reykjavik, aceitando que este salvasse os bancos, através da nacionalização, mas apenas em relação às suas agências na Islândia e não aos depósitos no estrangeiro.

 

A quem argumenta que os islandeses “não sofreram ou sofreram muito menos do que nós”, responde que os casos são muito distintos e que a maior diferença é que os Islandeses “tiveram uma quebra brutal do seu PIB e rendimento per capita (à volta de 40%) e tendo hoje uma moeda muito desvalorizada podem voltar a crescer (mas pouco, 2,5%) mas não têm dinheiro para comprar produtos importados como automóveis cujos preços duplicaram”.  “O nosso sofrimento é muito mais moderado (por comparação com o deles) mas mais longo. Ainda estamos longe no entanto da queda de rendimento que eles tiveram”.

 

(notícia actualizada pela segunda vez às 21h50)

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