"É um Governo sem respostas e que não tem soluções para o país nem para si. Não há ninguém que queira ir para este Governo, pois não consegue, sequer, fazer uma remodelação. Deve é ser demitido e haver eleições, pois esse é o único caminho", defendeu Catarina Martins, em declarações à agência Lusa, no Carregado, Alenquer, à margem do debate "Responder à emergência social".

A líder do BE rejeitou a ideia de uma remodelação governamental, preferindo antes chamar de "substituição", a qual demonstra "uma falta de soluções" fora do Governo.

A bloquista classificou de "bizarro" e um "jogo político lamentável" nomear um ministro [Miguel Poiares Maduro], que depende directamente do primeiro-ministro, só para gerir os fundos do QREN, antes das eleições autárquicas.

"A criação do ministro-adjunto com a pasta de desenvolvimento territorial é algo completamente sem sentido. Vai ficar na dependência directa do primeiro-ministro, e que tem como única atribuição gerir os fundos do QREN [Quadro de Referência Estratégico Nacional], mesmo antes das eleições autárquicas. Toda a gente achará isto completamente bizarro e um jogo político lamentável", disse.

Para a coordenadora do BE, "está na altura de se mudar todo o Governo", pois falhou em todos os níveis, acrescentando que o mesmo está "completamente isolado" e é "incapaz de dialogar", até com os sectores tradicionais que o apoiavam.

O primeiro-ministro anunciou hoje a substituição do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas por Miguel Poiares Maduro e por Luís Marques Guedes.

O professor universitário de direito Miguel Poiares Maduro vai ser ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional e o actual secretário de Estado Luís Marques Guedes passa a ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, em substituição de Miguel Relvas.

Miguel Relvas tinha apresentado a sua demissão do executivo há exactamente uma semana alegando "falta de condições anímicas para continuar no Governo".