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Draghi: BCE não vê "até agora" dificuldades em comprar dívida pública

O presidente do BCE diz que, tal como planeado, espera comprar até ao final deste mês 60 mil milhões de euros de activos. E garante que, pelo menos por enquanto, não vê dificuldades em manter esse ritmo mensal até Setembro do próximo ano.

5 de Março – Draghi na conferência de imprensa após a reunião do BCE

'A última coisa que se pode dizer é que o BCE não está a ajudar a Grécia'
Reuters
23 de Março de 2015 às 17:34
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Mario Draghi afirma que o programa de compra de activos do BCE deverá garantir a aquisição de 60 mil milhões de euros na Zona Euro até ao final do mês, tal como planeado. Na visita trimestral ao Parlamento Europeu, o presidente do BCE garantiu ainda que o programa conhecido por "Quantitative Easing" (expansão monetária), que deverá prolongar-se até Setemebro de 2016, já está a dar resultados, nomeadamente baixando as taxas de juro para empresas e famílias. Mais uma vez afastou os receios de que o banco central venha a ter dificuldades em encontrar dívida suficiente no mercado.

 

"O ritmo de compras até agora coloca o programa no caminho certo para atingir os 60 mil milhões de euros em Março", afirmou o presidente da instituição, que aproveitou a visita ao Parlamento para tentar afastar um dos receios dos investidores: o de o BCE não conseguir cumprir a sua promessa de manter o ritmo de compras mensais até Setembro do próximo ano, o necessário para atingir a meta de injecção de 1,1 biliões de euros na Zona Euro. "Até agora não vemos qualquer sinal que não existam suficientes obrigações para nós comprarmos", afirmou na declaração inicial. Após insistência dos eurodeputados, Draghi reforçou a ideia e lembrou que o BCE compra activos dentro e fora da Zona Euro e que poderá transferir compras por exemplo de dívida pública, para dívida privada titularizada, ou para dívida de instituições europeias.

 

O responsável máximo do banco central voltou a defender que a economia da Zona Euro já deu a volta, e que o BCE teve um papel central nas melhorias das condições que se observam na região: "Os dados e os inquéritos mais recentes mostram que o crescimento está a ganhar momento. As bases para a recuperação na Zona Euro foram claramente reforçadas. Isto deve-se em particular à queda nos preços do petróleo, à gradual sustentação da procura externa, às condições de financiamento mais favoráveis resultantes da nossa política monetária, e à depreciação do euro", afirmou.

 

A actuação do BCE, em particular o reforço dos estímulos da política monetária através do "Quantitative Easing", é particularmente visível nas taxas de juro cobradas às famílias e empresas, defendeu ainda Mario Draghi. "O que é novo [… face ao que já vinha acontecendo desde meados do ano passado] é que as taxas de juro mais baixas nos mercados de capitais estão cada vez mais a ser transmitidas através de toda a cadeia de intermediação financeira. Os custos de financiamento mais baixos para os bancos começaram a influenciar o custo do crédito para famílias e empresas. À medidas que as taxas de juro vão sendo reduzidas, novos projectos de investimento – antes considerados não lucrativos – tornam-se atractivos", afirmou.

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