O Banco Central Europeu (BCE) considera que a melhoria das projecções económicas enfatizou a necessidade de implementação do programa de compra de activos. Nos relatos da mais recentes da reunião de política monetária, divulgados esta quinta-feira, 2 de Abril, a instituição liderada por Mario Draghi nega, assim, as acusações de que os recentes dados económicos contrariam a medida inédita aprovada na reunião de Janeiro.

"As projecções macroeconómicas do BCE, em Março, tiveram por base a implementação total de todas as políticas monetárias assumidas pelo Conselho de Governadores, incluindo a expansão do programa de compra de activos", revelam os relatos da reunião de política monetária de 5 de Março. Com um objectivo mensal de 60 mil milhões de euros e previsto até Setembro de 2016, o programa da instituição monetária irá decorrer "até o Conselho de Governadores ver um ajustamento sustentado, consistente com o objectivo de alcançar uma inflação abaixo, mas perto de 2%".

"As projecções de Março de 2015 não devem, por isso, ser interpretadas como sugerindo que as recentes medidas de política monetária eram menos necessárias", realça o mesmo documento. "Pelo contrário, confirmam que a implementação total destas medidas era necessária para corresponder com o mandato do Conselho de Governadores".

Os mercados financeiros serviram também para os responsáveis justificarem a sua decisão. "O impacto favorável nos mercados financeiros foi de novo salientado [na reunião], particularmente no que diz respeitos aos juros da dívida", pode ler-se nos relatos, que destacam ainda "a necessidade de implementar totalmente as medidas, já que o contrário poderia reverter parte do impacto favorável nos mercados".

Contudo, os responsáveis pela política monetária da Zona Euro alertam que vão ficar atentos e prontos a corrigir a sua actuação. "O Conselho de Governadores irá continuamente avaliar a eficácia das medidas e irá rever regularmente o progresso em direcção à consecução dos objectivos", pode ler-se no documento divulgado esta quinta-feira.

"Ao mesmo tempo, houve várias razões para preocupação, relativamente à materialização da base das projecções de Março do BCE e ao previsto calendário para as medidas não-convencionais". Algo que os membros do Conselho de Governadores justificam com "o elevado grau de incerteza em torno da transmissão das medidas e a falta de precedente histórico foi enfatizado". 

(Notícia em actualizada às 13h33, com mais informação)