A Fitch melhorou as suas previsões para o crescimento da economia europeia, considerando que o "ponto de viragem" já foi alcançado e que há condições para a recuperação ganhar força em 2015 e 2016, apesar do crescimento permanecer "modesto" e abaixo do verificado noutras regiões do globo.

As novas estimativas apontam para um crescimento de 1,4% este ano e 1,7% em 2016, o que traduz uma revisão em alta das previsões em 0,3 e 0,2 pontos percentuais, respectivamente, e compara com o crescimento de 0,9% alcançado em 2014.

A agência de notação financeira sustenta a sua perspectiva mais optimista para a Zona Euro com o impacto positivo da queda acelerada dos preços do petróleo, do "quantitative easing" do BCE, do euro mais fraco e do aumento da confiança dos agentes económicos.

Apesar desta visão mais optimista, a Fitch alerta que permanecem riscos significativos para a recuperação da economia, como o desequilíbrio do crescimento entre os países do euro, a queda lenta da taxa de desemprego, a tensão entre a Ucrânia e a Rússia e a incerteza relacionada com a Grécia.

Alemanha e Espanha crescem 2% este ano

No relatório divulgado esta terça-feira, a Fitch revela também previsões para quatro países do euro, ilustrando que a recuperação económica será feita a velocidades distintas, mesmo entre as maiores economias.

A Alemanha deverá crescer 2% este ano e em 2016, acima dos 1,6% do ano passado e 0,1% em 2013. Também a Espanha, a confirmarem-se as previsões da Fitch, deverá crescer 2% este ano, com a taxa de crescimento a acelerar para 2,3% em 2016.

Já Itália e França deverão registar prestações inferiores. A Fitch aponta para que o PIB italiano cresça 0,6% este ano e 1% em 2016, enquanto o francês deverá crescer 1% este ano e 1,5% em 2016.

Sobre a economia espanhola a Fitch assinala que depois de três anos de recessão, está agora a crescer acima da média da Zona Euro, estando a ser impulsionada sobretudo pelo aumento da procura interna.

No relatório revelado hoje, a Fitch traça também um cenário mais optimista para as principais economias desenvolvidas, que este ano deverão registar um crescimento de 2,7%, acelerando para 3% em 2016.

Os Estados Unidos deverão crescer 3,1% este ano e 3% em 2016, o Japão acima de 1% nos dois anos e o Reino Unido mais de 2%.