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BCE atento a riscos, mas confiante na retoma e na compra de dívida

O primeiro mês do programa de compra de activos do BCE está a correr como planeado, garante Mario Draghi, que admite riscos das medidas adoptadas, mas não vê sinais de que se estejam a materializar. Pelo contrário, a retoma parece mais segura.

15 de Abril de 2015 às 15:30
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O presidente do BCE faz um balanço positivo do primeiro mês do programa de activos do BCE com "impactos claros", e não vislumbra nem sinais de escassez de obrigações no mercado para comprar, nem de bolhas no mercado de dívida pública. Mario Draghi garante no entanto que o BCE está atento a estes riscos, assim como a possíveis contratempos que travem a retoma e a subida da inflação prevista para os próximos anos. Estas foram mensagens centrais de uma conferência de imprensa marcada logo no início pela interrupção forçada por uma activista que saltou para cima da mesa de Draghi gritando: "Acabem com a ditadura do BCE" (na foto).

 

O presidente do banco central regressou ao seu lugar minutos depois, sem comentar o sucedido e continuando para a mensagem positiva que trazia preparada: "Embora permaneçam negativos, os riscos para o crescimento económico da Zona Euro tornaram-se mais equilibrados devido às recentes decisões de política monetária, à queda do preço do petróleo, e à taxa de câmbio do euro mais fraco", afirmou ainda na declaração inicial na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho do BCE que decidiu a manutenção da taxa de juro central em 0,05%.

 

O presidente do BCE foi depois questionado várias vezes sobre riscos e resultados do programa de compra de dívida que chegou ao terreno no início de Março. As respostas variaram entre um balanço positivo dos resultados até agora, e a avaliação de que embora os riscos – como a criação de uma bolha no mercado de dívida ou falta de títulos disponíveis no mercado, por exemplo – devem ser levados a sério, mas não se estão a manifestar.

 

Sobre o risco de falta de títulos disponíveis para comprar, um cenário que segundo várias análises ameaça vários países como a Alemanha ou Portugal, Draghi garantiu que "não vê problemas" desse tipo nos mercados e que, em qualquer caso, o programa de compras do BCE é "suficientemente flexível para se ajustar" se for necessário.

 

Sobre a possibilidade das medidas do BCE estarem a alimentar uma bolha nos mercados de dívida – com cerca de 40% das obrigações da Zona Euro com juros negativos – Draghi responde reconhecendo que "taxas de juro muito baixas por um longo período de tempo" são "terreno fértil" para desequilíbrios financeiros, mas garantindo também o BCE está "cuidadosamente a vigiar" a situação sendo que, por enquanto, não identificam "evidências de qualquer bolha".

 

O responsável pela instituição, acrescentou ainda que se esses riscos se vierem a materializar, serão as políticas macroprudenciais sobre os bancos (que regulam por exemplo as exigências de capital ou a condições de crédito) as primeiras a responder e não a política monetária, a qual, reforçou, deverá continuar pelo mesmo caminho: taxas de juro baixas e compras de activos ao ritmo de 60 mil milhões de euros por mês até Setembro de 2016.  

 

Compra de activos suave

Com um mês corrido sobre o primeiro mês do programa de compra de activos Mario Draghi fez um balanço muito positivo sobre os primeiros resultados: o processo de compra foi "suave", as expectativas de inflação estão a subir (especialmente no prazos mais curtos), os fluxos de crédito bancário estão a recuperar (ajudados também pelo programa de avaliação dos bancos do final do ano passado), e os indicadores de confiança estão a recuperar, defendeu.

 

"A maioria dos indicadores de expectativas de inflação subiram de forma dramática", afirmou o responsável, explicando que as alterações foram mais significativas nos horizontes mais longos. Ainda assim, este movimento significa que "uma descida significativa nas taxas de juro reais" no mercado, um sinal de que política monetário do BCE está a chegar à economia, defendeu.

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