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BCE aumenta em 44% o número de funcionários em 2014
O banco central europeu ultrapassou a barreira dos 2.500 funcionários efectivos, um crescimento de 787 trabalhadores face a 2013, justificado com as novas funções de supervisão. Custos com pessoal sobem 25% para os 300 milhões de euros.
O BCE empregava no final do ano passado o equivalente a 2.577 pessoas a tempo inteiro - algumas pessoas trabalham a meio termo, pelo que duas pessoas neste modelo correspondem a uma nesta contabilização -, um aumento de 787 face a 2013, avançou segunda-feira o banco central no seu relatório anual, explicando que o aumento "deveu-se sobretudo aos preparativos para a entrada em funcionamento do Mecanismo Único de Supervisão (MUS) em Novembro de 2014". No final do ano o BCE tinha autorizado um total máximo de 2.622 funcionários.
A autoridade monetária sublinha que se tratou de "um ano extraordinário" que é também marcado por uma maior diversificação de género nos cargos de topo, isto "após a decisão da Comissão Executiva em Junho de 2013 de introduzir objectivos em termos de igualdade de género para mulheres em cargos de gestão e cargos de gestão superiores. "No final de 2014, 24% dos cargos de gestão e 19% dos cargos de gestão superiores eram ocupados por mulheres face a 18% e 15%, respectivamente, no final de 2013" .
Ao todo, no ano passado, o BCE gastou 301,1 milhões de euros com pessoal, um aumento de 25% face aos 240,5 milhões de 2013. Do valor de 2014, 244,9 milhões dizem respeito a despesas com "remunerações, subsídios, custos com seguros e outros custos", que cresceram 30%.
Remuneração base de Constâncio nos 325.392 euros anuais
Os salários base dos responsáveis máximos do BCE foram actualizados em 0,36% em 2014. Mario Draghi (presidente) passou a ganhar 379.608 euros anuais, Vítor Constâncio (vice-presidente) 325.392 euros, e os restantes membros da Comissão Executiva 271.140 milhões de euros, o mesmo valor que passou a ser pago a Daniéle Nouy, a presidente do Conselho de Supervisão que gere o Mecanismo Único de Supervisão.
Estes valores não incluem subsídios de residência e representação que são referidos, mas não quantificados no relatório anual. Já o presidente do BCE tem direito a "uma residência oficial, propriedade do BCE, em vez de um subsídio de residência", explica o banco central que explica ainda que "os membros da Comissão Executiva e do Conselho de Supervisão têm direito a abono de lar, abono por filho a cargo e abono escolar, dependendo das respectivas circunstâncias pessoais".
Em Fevereiro o BCE já tinha avançado os lucros conseguidos no ano: 989 milhões de euros, distribuídos pelo bancos centrais nacionais do Eurosistema de acordo com a sua participação no capital do banco. Banco de Portugal deverá receber cerca de 24,6 milhões de euros, de acordo com contas do Negócios.