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FMI: BCE puxa pela Zona Euro, mas está demasiado optimista

O Fundo revê em alta crescimento da Zona Euro para a casa de 1,5% e elogia programa de compra de activos do BCE "maior que o esperado". Boas notícias chegam com aviso: mantêm-se os riscos de crescimento e inflação muito baixos.

Bloomberg
14 de Abril de 2015 às 16:32
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A avaliação aos bancos conduzida pelo BCE no final do ano passado e o programa de compra de activos estão a ter um papel decisivo na melhorias das perspectivas económicas para a Zona Euro, reflectidas na revisão em alta do crescimento da Zona Euro em 2015 e 2016, a qual também beneficiou da queda dos preços do petróleo.

O Fundo Monetário Internacional vê agora a Zona Euro a crescer 1,5% este ano e 1,6% em 2016, respectivamente mais 0,3, e 0,2 pontos que em Janeiro. De lá para cá a principal surpresa foi o programa de compra de activos "maior que o esperado" por parte do BCE.

 

As boas notícias vindas de Washington estão contudo longe de chegarem acompanhadas por palavras de descontracção. O FMI identifica "sinais de recuperação e de algum ambiente positivo na Zona Euro" devido aos preços do petróleo e às melhores condições financeiras, mas avisa logo de seguida que "os riscos de crescimento baixo e inflação baixam permanecem".

 

As equipas de Christine Largarde estão aliás mais pessimistas que as de Mario Draghi, apontando para um crescimento em torno de 1,5% do PIB até 2020, o que compara com os números avançados pelo BCE há um mês de uma aceleração da actividade económica na Zona Euro de 1,5% este ano para mais de 2% já em 2017.

 

Na inflação, as estimativas de Washington antecipam um crescimento lento da inflação da Zona Euro para um valor próximo de 1,7% apenas em 2020, longe da meta de uma inflação no médio prazo inferior, mas próxima de 2%. Em Março o BCE apontou para um aumento da taxa de inflação de 0% este ano para 1,8% já em 2017.

 

BCE eficaz, mas não chega

 

"O programa de compra de activos maior que o esperado contribuiu para a depreciação do euro, principalmente contra o dólar norte-americano" e "os sinais preliminares apontam para que a acção do BCE tenha travado a queda nas expectativas inflacionistas e tenha garantido condições financeiras ainda melhores", avalia o FMI que já há algum tempo defendia um programa de compra de dívida como o agora implementado em Frankfurt. Ainda assim, não há espaço para exaltações.

 

"A perspectiva de crescimento modesto no médio prazo e inflação baixa são conduzidas essencialmente pelos legados da crise, apesar dos efeitos positivos das acções do BCE" lê-se no relatório da Primavera, que aponta quatro entraves ao crescimento: elevados a níveis de dívida, balanços fracos, desemprego alto, e pessimismo entre os investidores.

 

Assim, além de medidas de alívio quantitativo, a Zona Euro precisa de mais estímulos dentro da margem orçamental disponível, "especialmente no investimento, reformas estruturais que melhorem a produtividade, e medidas que reforcem os balanços dos bancos", aconselha o FMI.

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