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FMI: Legado das crises ainda pesa sobre economia mundial

O Fundo Monetário Internacional (FMI) mantém a mesma previsão de crescimento económico para 2015 (3,5%), embora espere menos riscos negativos. A crise financeira e a crise do euro ainda são travões da retoma.

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IMF Leaves 2015 Global Growth Forecast Unchanged
14 de Abril de 2015 às 14:00
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O World Economic Outlook (WEO), publicado hoje, 14 de Abril, pelo FMI, antecipa que o mundo cresça 3,5% em 2015, devido a uma aceleração nas economias avançadas de 1,8% para 2,4%, entre 2014 e 2015. Por outro lado, a actividade nas nações emergentes deverá arrefecer de 4,6% para 4,3% no mesmo período. São exactamente as mesmas estimativas que o Fundo tinha apresentado há três meses.

 

"Várias forças complexas estão a moldar as perspectivas [económicas] por todo o mundo", refere Olivier Blanchard (na foto), economista-chefe do FMI. "O legado da crise financeira e da crise da Zona Euro – bancos frágeis e níveis elevados de dívida pública, das empresas e das famílias – ainda pesa sobre a despesa [consumo] e o crescimento em alguns países. Crescimento baixo torna, por outro lado, o processo de desalavancagem mais lento."

 

Tal como já tinha sido sublinhado nos capítulos do WEO publicados anteriormente, Blanchard nota que deveremos enfrentar nas próximas décadas um período de crescimento mais lento, devido a menor dinamismo da produtividade, envelhecimento e investimento mais baixo.

 

Além disso, dois factores estão a contribuir para uma clivagem mundial, entre beneficiados e prejudicados: preço do petróleo e câmbios. "Grandes movimentos nos preços relativos, seja taxas de câmbio os preço do petróleo, cria vencedores e perdedores", acrescenta Blanchard.

 

O FMI continua a apostar na aceleração das economias avançadas este ano face a 2014, impulsionado pela expectativa de os Estados Unidos crescerem acima de 3%. Na Zona Euro, depois de um segundo e terceiro trimestre mais frágil, o crescimento "está a mostrar sinais de recuperar, apoiado pelo preço mais baixo do petróleo, juros mais baixos e euro mais fraco".

 

Nas economias emergentes, o cenário do FMI antecipa um crescimento mais lento. Enquanto na Europa os combustíveis mais baratos são boas notícias, para os países em desenvolvimento – muitos deles exportadores de crude – isso significa menos receita. A América Latina e o Brasil em especial sofrem ainda com a descida de preço de outras matérias-primas, seca, política monetária mais restritiva e menor confiança do sector privado.

 

A juntar a estes factores, há ainda a considerar as tensões geopolíticas (Rússia – Ucrânia) e o desejo da China controlar o crescimento do crédito no país, podendo travar o avanço do investimento imobiliário.

 

Ainda assim, as economias emergentes deverão crescer 4,3% e 4,7% em 2014 e 2015, respectivamente.

 

Deflação e recessão mais longe

 

No que diz respeito a riscos, o FMI identifica um positivo: a economia poder ser mais beneficiada do que se espera por petróleo mais barato. Do lado negativo, há mais factores a considerar. O Fundo afirma que a recessão e a deflação estão agora mais longe, mas que os riscos financeiros e geopolíticos aumentaram.

 

Os principais riscos identificados pelo FMI são: a apreciação do dólar poder provocar tensões financeiras nos mercados emergentes; preocupação com movimentos disruptivos no preço dos activos dos mercados financeiros; tensões geopolíticas na Ucrânia, Médio Oriente e África Ocidental que podem contagiar a economia global; e estagnação e inflação baixa nas economias avançadas que, apesar da recente melhoria, ainda podem colocar em causa a recuperação.

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