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FMI antecipa que qualidade de vida cresça mais devagar
Os técnicos do FMI esperam que as economias avançadas cresçam mais devagar no futuro, devido a transformações demográficas e a um abrandamento da produtividade.
As economias mais desenvolvidas podem estar a sair da crise, mas a recuperação não será veloz. Pelo menos é essa a conclusão do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo um dos capítulos do World Economic Outlook, publicado esta manhã, 7 de Abril, o potencial de crescimento enfrentará décadas de maior lentidão.
"Estas conclusões implicam que a qualidade de vida vai expandir mais devagar no futuro", escrevem os técnicos do FMI. "Além disso, a sustentabilidade orçamental será mais difícil de manter, com a base fiscal a crescer mais lentamente."
O que motiva esta transformação? Segundo o Fundo, o "limite de velocidade" das economias é agora mais baixo. Isto é, a rapidez a que podem crescer sem aumentar a inflação reduziu-se.
Para as economias avançadas, o potencial de crescimento mais limitado tem sido motivado por uma acumulação de capital mais lenta e uma evolução mais débil do emprego e uma acumulação de capital mais lenta.
Para o futuro, o investimento deve recuperar em paralelo com a actividade económica, mas "as perspectivas para o mercado de trabalho são mais negras", com destaque para o envelhecimento da população, um problema especialmente grave nos países europeus. No que diz respeito à produtividade, ela deverá crescer a um ritmo semelhante aos anos anteriores à crise. Contudo, "o ritmo rápido de expansão observado no final dos anos 90 e início de 00 – alimentado pela explosão excepcional das tecnologias de informação e comunicação – dificilmente será restaurado".
Previsões que levam o FMI a concluir que o potencial de crescimento das economias avançadas deverá continuar abaixo de níveis pré-crise, devendo contrair nas economias emergentes.
O que fazer?
Esta expectativa para o futuro não é inevitável. Segundo o Fundo, os governos podem actuar no sentido de aumentar esse "limite de velocidade" da economia, através de políticas que incentivem a inovação, promovam o investimento e combatam o envelhecimento da população.
Entre algumas das recomendações gerais está o reforço de sistemas de patentes e a criação de incentivos fiscais, de forma a apoiar a investigação e desenvolvimento (I&D). A produtividade dos trabalhadores deve ser dinamizada com um maior esforço de educação e qualificação. A participação no mercado de trabalho deve ser estimulada, principalmente entre mulheres e pessoas mais velhas.
O FMI recomenda ainda melhorias ao ambiente de negócio e ao funcionamento do mercado de produto. Nas economias emergentes, obstáculos ao crescimento podem ser eliminados com mais gastos em infraestruturas. Países com margem devem usar a sua política orçamental para fomentar o investimento e o crescimento de capital.