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FMI aconselha a investir em infraestruturas

Os técnicos do FMI concluem que a despesa pública orientada para a construção de infra-estruturas deve ser considerada como forma de ajudar a recuperação do investimento privado.

Correio da Manhã
07 de Abril de 2015 às 20:28
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O que está a acontecer ao investimento? Essa foi a pergunta que o Fundo Monetário Internacional (FMI) respondeu num dos artigos do World Economic Outlook, publicado terça-feira, 7 de Abril. A conclusão é: não se está a passar nada de muito diferente face ao passado. As empresas estão a reagir à quebra de actividade, o que significa que o Estado pode ter de actuar.


"Acertar no diagnóstico é decisivo para encontrar as políticas que encorajem as empresas a investir mais. Se o investimento baixo é apenas um sintoma de um ambiente económico débil, com as empresas a responderem a vendas fracas, então os pedidos para expandir a actividade económica podem ser justificados", escrevem Aqib Aslam, Daniel Leigh e Seo Gil Park, no blogue do FMI. Se os principais responsáveis forem obstáculos como a incerteza política ou a debilidade do sistema financeiro, resolver esses problemas tem de ser a prioridade.


O estudo do FMI conclui que a resposta está na porta n.º 1. É a quebra da actividade que está a prejudicar o investimento, levando as empresas a reduzir a despesa de capital perante a perspectiva de venderem menos. Os outros factores são responsáveis por, no máximo, um quinto da quebra do investimento. Por que está então o investimento a cair mais do que em crises anteriores? Porque foi mais grave.


Esta discussão tem sido central no debate económico desde a crise da dívida da Zona Euro. A opinião dominante – que impôs austeridade e reformas estruturais – considerava que o problema estava do lado da oferta. Outros defendiam que existe um problema de quebra da procura que tem de ser compensada. Esta segunda opinião tem-se tornado cada vez mais consensual desde meados do ano passado. 


É também a essa conclusão que chega o FMI. O Fundo aconselha esforços para expandir a actividade económica, de forma a dinamizar o investimento privado. "Políticas orçamentais e monetárias podem encorajar as empresas a investir, mas essas políticas não devem fazer regressar o investimento a tendências pré-crise", escrevem os três economistas. "Mais investimento em infra-estruturas públicas podem também impulsionar a procura no curto prazo, aumentar a oferta no médio prazo e, assim, "crowd in" o investimento privado em países com as condições certas".


A última frase é importante. No final de 2014, o FMI já tinha defendido a necessidade de aumentar a despesa com infra-estruturas, mas sublinhava que isso pode não se aplicar a todas as economias avançadas, caso tenham uma dívida pública elevada (como Portugal) ou retorno duvidoso desse investimento. Portugal está entre os países onde o investimento privado mais afundou desde a crise.

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