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Homem próximo de Putin demite-se de estatal russa devido a pressão das sanções ocidentais

Um dos homens próximos do presidente russo demitiu-se da liderança da Estradas Russas. Vladimir Yakunin foi um dos alvos das sanções ocidentais aplicadas a personalidades importantes do regime russo.  

Bloomberg
18 de Agosto de 2015 às 12:55
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Vladimir Yakunin (na foto) vai abandonar a liderança da empresa estatal Estradas Russas, segundo avança esta terça-feira, 18 de Agosto, a agência Bloomberg. A demissão de Yakunin, um dos homens do círculo mais próximo do presidente russo, Vladimir Putin, representa um importante abalo na estrutura dirigente da elite russa.

 

Esta demissão constitui ainda um dos mais rudes golpes sofridos por Putin desde que em 2012 reassumiu a presidência da federação russa para um terceiro mandato. Ao abandonar a liderança da maior empregadora da Rússia, Vladimir Yakunin torna-se uma vítima declarada da política de sanções económicas aplicadas pela comunidade internacional a Moscovo na sequência da anexação da península da Crimeia, primeiro, e das acções russas no leste da Ucrânia, depois.

 

Gleb Pavlovsky, um antigo concelheiro político de Putin, citado pela Bloomberg, considera tratar-se de uma "mudança radical e uma importante ruptura no equilíbrio do círculo próximo" de Putin. Esta saída acontece também numa altura em que a economia da Rússia enfrenta graves dificuldades, estando mesmo perante a primeira recessão desde 2009.

 

Moscovo passa por uma espécie de tempestade perfeita que afecta as suas condições económicas e financeiras. Além das sanções aplicadas a importantes sectores do país (financeiro, energético e armamento), a Rússia está a ser fortemente penalizada pela tendência de queda acentuada do preço do petróleo que vem sendo registada desde 2014 e também pela forte desvalorização do rublo face ao dólar. Nos últimos 12 meses, a divisa russa desvalorizou 45% face ao dólar.

 

No entanto, outro factor que terá contribuído para a demissão de Vladimir Yakunin deverá prender-se com as sanções aplicadas pelos Estados Unidos ainda em Março do ano passado, no âmbito ainda da primeira fase de penalizações aplicadas à Rússia devido à anexação da Crimeia. Tendo em conta que Yakunin foi um dos alvos, a capacidade de acção da Estradas Russas ficou imediatamente limitada, deixando de poder aceder a financiamento internacional desde então. Facto agravado pelo deteriorar das condições económicas da Rússia e da saúde financeira da banca do país.

 

A Estradas Russas tem tentado obter financiamento junto de um fundo nacional russo que dispõe de 75 mil milhões de dólares. 

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