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UE volta a prolongar sanções económicas aplicadas à Rússia

A UE chegou a um acordo provisório para prolongar por mais seis meses a “fase 3” de sanções aplicadas a Moscovo na sequência das acções russas no leste da Ucrânia. Aproximação entre Tsipras e Putin poderá levar Atenas a inviabilizar acordo final sobre a matéria.

EU Reaches Preliminary Accord to Extend Russian Sanctions
17 de Junho de 2015 às 16:34
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A União Europeia (UE) aprovou esta quarta-feira, 17 de Junho, um acordo preliminar, que se vier a ser definitivamente aprovado, resultará no prolongamento por mais seis meses, até ao final de Janeiro de 2016, da "fase 3" das sanções aplicadas a Moscovo na sequência da anexação da península da Crimeia.

 

Segundo fontes europeias citadas pelas agências Bloomberg e Reuters, a decisão hoje adoptada pelo Comité de Representantes Permanentes dos Estados-membros (Coreper) será discutida pelos líderes europeus no Conselho Europeu da próxima semana. Aquando do encontro do G-7 realizado no início deste mês, tanto a Alemanha como os Estados Unidos defenderam que tendo em conta o arrastar dos confrontos no leste ucraniano, as sanções contra Moscovo deveriam continuar.

 

A Bloomberg nota que esta decisão favorece a postura sustentada pelo polaco Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, que defende que a Europa adopte uma postura mais dura face às acções de Moscovo no leste da Ucrânia, onde os confrontos entre as autoridades de Kiev e os separatistas pró-russos prosseguem há mais de um ano indiferentes aos dois acordos de paz entretanto assinados e que continuam a ser sistematicamente violados.

 

A denominada de "fase 3" das sanções económicas impostas por Bruxelas a Moscovo prescreve em Julho, findos 12 meses desde a sua instauração. Estas sanções são direccionadas a penalizar os sectores russos da banca, armamento militar e energia.

 

Em Janeiro deste ano, a UE decidiu prolongar por seis meses as duas primeiras fases das sanções aplicadas em Março de 2014 depois de oficializada, pelas autoridades russas, a anexação da península da Crimeia. Estas sanções, que vão desde o congelamento de activos à revogação e não atribuição de vistos de circulação, vigoram até 15 de Setembro e, após ter sido alargada a sua abrangência, recaem actualmente sobre 151 pessoas e instituições cujas acções Bruxelas considera colocarem em causa a soberania e integridade territorial da Ucrânia.

 

Tsipras pode estragar os planos de Bruxelas

 

No entanto, este acordo preliminar poderá nunca chegar a afirmar-se definitivo. Tudo devido ao prolongar do impasse nas negociações entre a Grécia e as instituições credoras, cujo extremar de posições entre as partes poderá determinar uma nova manobra de aproximação de Atenas face a Moscovo.

 

E se em Fevereiro, poucos dias depois de o Syriza ter vencido as eleições legislativas gregas de 25 de Janeiro, se temeu que Atenas poderia colocar em causa o acordo sobre o prolongamento das sanções, algo que acabou por não se confirmar, esse é um cenário que volta a estar em cima da mesa.

 

O argumento então apresentado pelo ministro grego dos Negócios Estrangeiros, Nikos Kotzias, de que a Grécia pretende "prevenir que se abra uma ferida entre a UE e a Rússia", pode ser utilizado pelo primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, para inviabilizar o acordo preliminar hoje alcançado pelo Coreper.

 

Isto porque para ser aprovado o prolongamento da vigência da "fase 3" das penalizações económicas contra a Rússia, é necessária a unanimidade dos 28 Estados-membros da UE. Tsipras que estará na próxima sexta-feira na Rússia, onde irá reunir-se com o presidente russo Vladimir Putin, poderá contrariar a intenção dos restantes membros da UE.

 

E confrontado com a possibilidade de saída da Zona Euro, ou até mesmo da própria UE, o governante grego não deixará de aferir as vantagens para a Grécia de uma maior aproximação político-económica à Rússia, país que historicamente tem a pretensão de aceder e aumentar a presença e influência no Mar Mediterrâneo. 

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