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Conselho de Segurança da ONU convoca reunião de emergência e mundo condena "provocação" de Pyongyang

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul condenaram o teste de bomba de hidrogénio e prometeram uma resposta adequada ao que consideram una "provocação" do regime de Kim Jing-un.

Dieter Depypere/Bloomberg
06 de Janeiro de 2016 às 07:50
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O Conselho de Segurança das Nações Unidas convocou uma reunião de emergência para esta quarta-feira, depois de a Coreia do Norte ter anunciado a realização, bem-sucedida, de um teste de uma bomba de hidrogénio.

 

A reunião à porta fechada entre os 15 países membros foi convocada pelos Estados Unidos e pelo Japão, indicou a porta-voz da missão norte-americana na ONU, Hagar Chemali.

 

A Coreia do Norte afirmou ter testado hoje, pela primeira vez, uma bomba de hidrogénio, uma reivindicação que ainda não foi confirmada. Pyongyang já tinha realizado três testes nucleares, em 2006, 2009 e 2013, o que lhe valeu sanções da ONU.

 

Várias resoluções da ONU proíbem Pyongyang de realizar actividades nucleares ou ligadas à tecnologia de mísseis balísticos.

 

EUA e Coreia do Sul condenam teste nuclear de Pyongyang

 

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul condenaram o teste de bomba de hidrogénio e prometeram uma resposta adequada ao que consideram una "provocação" do regime de Kim Jing-un.

 

"Apesar de ainda não podermos confirmar estas reivindicações, condenamos qualquer violação às resoluções do UNSC [Conselho de Segurança das Nações Unidas] e voltamos a pedir à Coreia do Norte para que cumpra as suas obrigações e compromissos internacionais", disse o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca Ned Price.

 

Os Estados Unidos, afirmou, vão "responder adequadamente a qualquer provocação norte-coreana". De igual modo, a Coreia do Sul prometeu tomar "todas as medidas necessárias" para penalizar o país vizinho.

 

"Condenamos veementemente o quarto teste nuclear da Coreia do Norte, uma clara violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU, apesar dos nossos repetidos avisos e da comunidade internacional", afirmou um comunicado do Governo, lido na televisão pelo vice-presidente do Conselho Nacional de Segurança.

 

"O teste não é apenas uma grave provocação à nossa segurança nacional mas também uma ameaça ao nosso futuro (...) e um forte desafio à paz e estabilidade internacionais", afirmou Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, durante uma reunião de emergência do Conselho Nacional de Segurança. 

 

A Human Rights Watch também já reagiu, considerando que a prenda mais adequada para Kim Jong-un, que se acredita celebrar o seu aniversário, no dia 8, seria uma visita ao tribunal internacional de Haia.

 

"Kim Jong-un pode achar apropriado celebrar o seu aniversário com um teste nuclear, mas nem uma bomba de hidrogénio é suficiente para fazer esquecer que a ditadura hereditária da família Kim está assente na sistemática brutalização e abuso do povo norte-coreano", afirmou em comunicado Phil Robertson, vice-diretor para a Ásia da Human Rights Watch.

O teste não é apenas uma grave provocação à nossa segurança nacional mas também uma ameaça ao nosso futuro 
Presidente da Coreia do Sul 
Park Geun-Hye

 

"O único presente de aniversário que Kim Jong-un devia receber da comunidade internacional é um bilhete só de ida para o Tribunal Criminal Internacional de Haia, onde devia ser julgado por crimes contra a humanidade", indica a organização de defesa dos direitos humanos.

 

Japão diz que é "ameaça grave"

 

No Japão, a polícia intensificou o dispositivo de segurança na associação "Chongryon", de residentes coreanos, ligada ao regime de Kim Jong-un, localizada no centro de Tóquio.

 

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, considerou o teste uma "ameaça grave" para o Japão e um "sério desafio" aos esforços de não-proliferação nuclear. "Condeno-o veementemente", afirmou Abe.

 

"O teste nuclear que foi realizado pela Coreia do Norte é uma grave ameaça à segurança da nossa nação e não podemos, absolutamente, tolerá-lo", disse. O primeiro-ministro nipónico considerou também que o teste representa "um sério desafio aos esforços internacionais de não-proliferação" nuclear.

China "opõe-se firmemente"

A China, o principal aliado da Coreia do Norte, disse que se "opõe firmemente" ao teste nuclear de Pyongyang, acrescentado que o ensaio foi realizado "apesar da oposição da comunidade internacional".

"Instamos fortemente a DPRK [Coreia do Norte] a respeitar o seu compromisso de desnuclearização, e a suspender qualquer acção que possa tornar a situação ainda pior", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.

 

França assinala "violação inaceitável" das resoluções da ONU

 

Também a França já condenou o teste, considerando-o uma "violação inaceitável" das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e apelou a uma "reacção forte da comunidade internacional".

 

"Enquanto espera a confirmação das características do teste nuclear anunciado e observado (...) na Coreia do Norte, a França condena esta violação inaceitável das resoluções do Conselho de Segurança [da ONU] e apela a uma reacção forte da comunidade internacional", afirmou a presidência francesa em comunicado.

O chefe da diplomacia britânica, Philip Hammond, descreveu o teste nuclear como uma "provocação" e uma "grave" violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Na sua conta de Twitter, Hammond escreveu: "Se os relatos de um teste de bomba-H da Coreia do Norte foram verdade, é uma grave violação das resoluções do UNSC [Conselho de Segurança das Nações Unidas] e uma provocação que condeno sem reservas".

(notícia em actualização com mais reacções ao teste nuclear da Coreia do Norte)

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