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Estimativas apontam para perdas de 1,5 mil milhões de dólares em Tianjin

As estimativas iniciais de analistas do Credit Suisse apontam para perdas entre 1 e 1,5 mil milhões de dólares com os seguros em Tianjin, na China. Explosões vitimaram mais de 100 pessoas, 70 continuam desaparecidas e multiplicam-se esforços para conter níveis “alarmantes” de cianeto de sódio no local.

Reuters
17 de Agosto de 2015 às 10:56
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As explosões que vitimaram mais de 100 pessoas no passado dia 12 de Agosto na cidade portuária Tianjin, na China, podem ter gerado perdas de bens assegurados entre 1 e 1,5 mil milhões de dólares (cerca de 1,3 mil milhões de euros), escreve a Reuters, citando analistas do Credit Suisse, que tiveram por base relatos avançados pelo media chineses.

"É ainda muito cedo para determinar o nível de perdas de bens assegurados, mas será provavelmente grande, com perdas iniciais estimadas entre 1 a 1,5 mil milhões de dólares, e um grande número de seguradoras afectadas", disse o analista Arian van Veen, esta segunda-feira, citado pela Reuters.

A Zurich e a Allianz informaram esta sexta-feira que já começaram a receber pedidos de clientes, sendo que estes não conseguiram estimar o total das perdas. É expectável que as seguradoras chinesas sejam também afectadas, escreve a agência.

Cinco dias depois do desastre, as autoridades estão preocupadas com os níveis "alarmantes" de cianeto de sódio registado no local, 27 vezes acima do limite aceitável, escreve esta segunda-feira o The Guardian, referindo informações veiculadas por Bao Jingling, engenheiro-chefe do departamento de protecção ambiental.

A exposição a cianeto de sódio pode ser "rapidamente fatal", de acordo com as autoridades de saúde norte-americanas do US Centers for Disease Control and Prevention.

He Shusan, "mayor" da cidade, garantiu que "todo o cianeto de sódio num raio de três quilómetros da zona de impacto será recolhido e neutralizado até ao fim do dia de segunda-feira", escreve o jornal britânico, adiantando que segundo alguns relatos, os armazéns que explodiram guardavam 70 vezes mais do que a quantidade permitida deste material tóxico.

Numa visita ao local do desastre este sábado, o primeiro-ministro Li Keqiang garantiu que os responsáveis por esta calamidade serão punidos. "Prometemos às famílias das vítimas, às pessoas de Tianjin e a todos os chineses uma resposta", disse, citado pela agência oficial de notícias chinesa.

A actuação das autoridades locais está sob a mira dos media chineses, com a imprensa estatal a criticar os responsáveis da cidade portuária de Tianjin, acusando-os de falta de transparência, noticia a Lusa.

O Global Times, no seu editorial, criticou a "pouca informação disponibilizada" pelas autoridades de Tianjin nas primeiras dezenas de horas após a catástrofe. Já o China Daily escreve que "muitas questões continuam por responder" e um jornal com ligação ao Partido Comunista refere que "Tianjin não é um caso excepcional em termos de resposta desadequada em situação de desastre" e que a uma reacção lenta na divulgação de informação "pode levar a que rumores corram desenfreados", minando "a confiança pública no Governo".

Escreve também a agência de notícias portuguesa que os media locais denunciaram esta segunda-feira ligações entre o Governo e a empresa proprietária do terminal de contentores do porto em que se registaram fortes explosões.

Apesar de o titular oficial da empresa Ruihai International Logistics ser Zhi Feng e os principais accionistas pessoas com o nome Li Liang e Shu Zheng, com 55% e 45% das acções, respectivamente, quem "realmente controla" a empresa é Dong Mengmeng, diz a publicação económica Caijing, adiantando que Dong é o filho do ex-director do Gabinete de Segurança Pública do Porto de Tianjin, onde fica o terminal de depósitos.

A ligação entre a empresa e o governo aumenta as suspeitas sobre a opacidade na gestão da catástrofe, sem que ainda tenha sido revelado o que a provocou, escreve a Lusa, acrescentando que as autoridades chinesas têm limitado as críticas à gestão do desastre, suspendendo ou encerrando dezenas de páginas na Internet ou contas em redes sociais.

Entretanto, Cavaco Silva enviou ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, uma mensagem, a que a Lusa teve acesso, onde manifesta "sinceras condolências" e "sentida solidariedade" às famílias das vítimas.

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