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Argentina entrou em novo incumprimento

Falhado o acordo entre o Governo argentino e os detentores de dívida do país e apesar da garantia de 250 milhões de dólares avançada por um conjunto de bancos argentinos, a segunda maior economia da América do Sul confirmou o quinto incumprimento da história do país.

Bloomberg
31 de Julho de 2014 às 10:49
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As negociações de dois dias entre o Governo argentino e os "fundos abutres", segundo designação da Presidente Cristina Kirchner, falharam o que fez com que a Argentina chegasse ao final do prazo, na última madrugada, assinalando um novo "default", o segundo em 13 anos.

 

A agência financeira Standard & Poor’s foi pronta a reagir e baixou o "rating" do país para "default selectivo". O quinto "default" da história da Argentina consumou-se.

 

A solução, ou pelo menos a resolução temporária deste problema poderia ter sido encontrada pelas instituições financeiras privadas da Argentina que, ao avançarem com a garantia de 250 milhões de dólares, poderão ganhar o tempo necessário para que um novo compromisso possa ser alcançado.

 

Os 27 bancos que integram a associação de bancos privados argentinos ofereceram uma garantia de 250 milhões de dólares aos credores de obrigações argentinas para que estes solicitem que o juiz Thomas Griesa adie a sentença que obriga a Argentina a pagar 15 mil milhões de dólares, escreveu o El País.

 

Apesar da proposta dos bancos locais argentinos ter sido, ao que tudo indica, inicialmente rejeitada, poderá mesmo ser a última via. O banco Credit Suisse, citado pela Bloomberg, explica num relatório que a solução "pode estar num acordo privado, como este proposto pelos bancos [argentinos]".

 

De acordo com o El País, foi o presidente do banco Macro, Jorge Brito, a liderar esta iniciativa o que não deixa de suscitar alguma curiosidade uma vez que este banqueiro era acusado, há apenas dois meses, pelo ministro argentino da Economia, Axel Kicillof, de querer "provocar uma enorme desvalorização do país".

 

O juiz Griesa não aceita que Buenos Aires pague os 539 milhões de dólares de juros aos credores que concordaram negociar a reestruturação da dívida do país, mantendo a exigência de que o pagamento seja feito à totalidade dos detentores de obrigações argentinas. Pelo seu lado, o Governo argentino não está na disposição de pagar a dívida de 1300 milhões de dólares.

 

No final do encontro, ainda em Nova Iorque, o ministro Kicillof insistia que "o que não podemos é fazer algo ilegal", defendo que não é aceitável pagar aos "abutres" em condições mais vantajosas do que aquelas negociadas com a grande maioria dos credores (92%). O Governo argentino defende-se ainda com uma cláusula dos contratos da dívida que foi reestruturada, com perdas de até 70% para os credores, que impede até ao final deste ano o Estado argentino de oferecer melhores condições a outros detentores de obrigações de dívida argentina.

 

Ainda assim, o governante reafirmou a disponibilidade de Buenos Aires para continuar a negociar. A eventual dilatação dos prazos possibilitada pela proposta de garantia avançada pelos bancos argentinos poderia permitir o prosseguimento das conversações.

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