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Queixa de Sócrates motiva inquérito a líder do Sindicato do Ministério Público

O Conselho Superior do Ministério Público decidiu abrir um inquérito para averiguar a "eventual responsabilidade disciplinar" de António Ventinhas, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público na sequência de uma queixa apresentada por José Sócrates.

Bruno Simão
19 de Janeiro de 2016 às 17:23
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O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, António Ventinhas, vai ser alvo de um "inquérito para averiguação de eventual responsabilidade disciplinar" na sequência de uma queixa apresentada pelo ex-primeiro-ministro, José Sócrates. A decisão de avançar com o inquérito foi tomada esta terça-feira, 19 de Janeiro, pelo Conselho Superior do Ministério Público com oito votos a favor, cinco contra e três abstenções.

 

Depois da entrevista de Sócrates à TVI, em Dezembro passado, António Ventinhas veio a público defender os magistrados, afirmando que as acusações de José Sócrates ao trabalho dos magistrados da "Operação Marquês" era uma "narrativa sem qualquer suporte de realidade". "Toda a narrativa construída (…)  não tem qualquer suporte na realidade, por esta razão: o MP não é nenhuma associação criminosa que se dedica a aterrorizar as famílias dos arguidos. O MP tem como objectivo o exercício da acção penal daqueles que cometeram crimes", afirmou então António Ventinhas, citado pela Lusa.

 

Em declarações à agência informativa, António Ventinhas salientou a necessidade de os portugueses decidirem se querem "perseguir políticos corruptos, se querem acreditar nos polícias ou nos ladrões, ou em quem investiga, ou nos corruptos". "No que diz respeito à criminalidade económico-financeira, sabemos que a corrupção é um dos principais flagelos do nosso país, e é isso que o MP pretende fazer: exercer a acção penal contra aqueles que obtiveram elevadas verbas sem que os seus rendimentos o comportem, sendo certo que exerceram funções públicas e portanto obtiveram elevadas verbas pela prática de actos ilícitos", explicou.

 

Os advogados de José Sócrates anunciaram, no imediato, que iriam avançar com uma participação à PGR. Para João Araújo e Pedro Delile, as declarações de Ventinhas haviam ultrapassado "largamente os limites da acção sindical e do que é tolerável", ao imputar a José Sócrates "o cometimento de actos ilícitos" e "reconduzir o processo em que foi constituído arguido a uma espécie de luta entre "polícias e ladrões"".

 

Por outro lado, afirmaram em comunicado, que as declarações do presidente do SMMP eram "caluniosas" e que Ventinhas dava mostras de "ser conhecedor do processo, que continua sujeito a segredo de justiça externo, sem que se saiba a que título e em que condições tal conhecimento lhe terá advindo, nesse caso, com violação do dever de segredo". 

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