Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

“Quanto à moral, é melhor não a metermos na política”, diz Sócrates

O antigo primeiro-ministro comentou o resultado das eleições legislativas e formação de um Governo PS, na segunda parte da primeira entrevista dada por José Sócrates desde que foi preso, onde confessou já ter saudades de falar de política.

15 de Dezembro de 2015 às 21:48
  • 8
  • ...
"Em democracia só há uma legitimidade: a legitimidade constitucional", argumenta José Sócrates. Questionado sobre a questão moral face aos resultados da coligação PSD/CDS nas eleições legislativas de 4 de Outubro, José Sócrates sublinhou que a legitimidade assenta na legitimidade constitucional e afasta as questões morais, afirmando mesmo que "quanto à moral, é melhor não a metermos na política". O antigo líder socialista argumenta: "a nossa Constituição o que nos diz é para meter a moral fora da política".

Sócrates disse ainda ser um apoiante do actual Governo liderado por António Costa. "Eu gosto deste Governo. E a esquerda aprendeu com tudo o que aconteceu em 2011", afirmou o engenheiro, recordando que, em 2011, "a direita derrubou um Governo sem apresentar uma alternativa".

"A direita sempre quis que viesse a troika e resultou no que resultou", alega Sócrates, acrescentando que vê por isso com agrado o acordo deste Governo de esquerda. 

Sócrates falou ainda da relação de Portugal com Bruxelas, afirmando que "esta conversa da direita política europeia já ninguém a aguenta"."A Europa precisa que lhe façam críticas", afirmou o antigo líder socialista, abordando a diferença "entre o Norte e o Sul", e dizendo que o que aconteceu em França tem muito a ver com a "falta de democracia".

Quanto às presidenciais, Sócrates não disse quem apoiava, mas deixou claro quem não apoia. "Posso dar a certeza que não vou votar em Marcelo Rebelo de Sousa", um candidato que classifica de "redondo". José Sócrates defendeu no entanto que o PS deve tomar uma decisão e "não ficar de fora" ou estará "a favorecer objectivamente Marcelo Rebelo de Sousa".

O antigo primeiro-ministro garantiu que irá continuar a "intervir no espaço público" como é o seu "direito de cidadão", o que não implica, necessariamente envolver-se na vida política, cenário que afasta.


[Notícia em actualizada às 22h26]
Ver comentários
Saber mais José Sócrates Governo António Costa Portugal Bruxelas Marcelo Rebelo de Sousa partidos e movimentos eleições
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio