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Mário Centeno: “Não é verdade que o Estado fique sem poder” no Novo Banco
O ministro das Finanças não quer abrir o jogo relativamente às negociações em curso para o NB, mas garante que os 25% que o Estado manterá no NB lhe darão poderes efectivos. Sobre o futuro do Montepio não fala.
Mário Centeno não quer comentar negociações que ainda estão em curso, mas, sobre a venda do Novo Banco, há uma ideia que quer desde já desmentir: a de que o Estado ficará sem poder de influencia na instituição.
Numa entrevista conjunta concedida à rádio Renascença ao Público na passada segunda-feira, o ministro das Finanças adianta que, "tendo 25%, não é verdade que [o Estado] não tenha responsabilidades sobre nada no Novo Banco". Quanto ao resto, fica para ser desvendado quando forem conhecidos os pormenores do negócio.
Centeno diz-se descansado relativamente aos futuros donos do banco, a Lone Star, e desvaloriza o facto de esta ser conhecida como "fundo abutre". Até porque "os mercados têm todos um aspecto predatório, numa certa dimensão", considera.
Sobre a Lone Star, o que há a realçar, segundo o ministro, é o facto de Portugal ter sido "o único país do euro que conseguiu atrair para o sistema bancário capital estrangeiro em 2016". Isso é "um grande sucesso".
Descansado em relação ao Montepio?
Reservadas são também as posições relativamente ao futuro do Montepio, com o ministro a recusar-se a fazer comentários sobre a sua solidez financeira ou o seu futuro.
Na entrevista, Centeno apenas aproveita para dizer que, na parte que lhe cabe, está a fazer o seu trabalho para a estabilização do sistema financeiro. "Todas as instituições financeiras portuguesas, para terem uma situação estável, quando projectada no futuro, precisam de uma economia que as sustente, e o inverso também é necessário. O que temos estado a fazer reforça o sistema financeiro", assinala o governante.
Quando questionado sobre se está descansado relativamente ao futuro do Montepio, limita-se a responder que "eu estou descansado em relação ao meu trabalho em relação a essas situações". E acrescenta: "não quero que esta minha resposta seja lida de outra maneira que não seja esta que acabei de lhe dar".