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Centeno: Governo vai rever previsão de crescimento para cerca de 2%
O Governo vai enviar para Bruxelas, no âmbito do programa de estabilidade, uma revisão em alta da estimativa de crescimento da economia portuguesa para um valor próximo de 2%, revelou esta quarta-feira o ministro das Finanças.
Mário Centeno acredita "que a projecção [de crescimento do Governo] já está desactualizada", segundo revelou o próprio ministro das Finanças num evento realizado pela Bloomberg. A estimativa actual do Executivo é de um crescimento de 1,5% do produto interno bruto (PIB) em 2017, uma projecção que foi incluída no Orçamento do Estado para este ano.
Depois de um último trimestre de 2016 com um forte crescimento, "temos sinais de que o crescimento continuou a acelerar" no arranque deste ano. Por isso, "penso que o mais aconselhável é actualizar" as previsões, afirmou.
Mário Centeno adiantou, assim, que no "programa de estabilidade que será enviado para Bruxelas em Abril" a estimativa de crescimento do Governo "será actualizada". Para quanto, perguntou o jornalista da Bloomberg: para "alguma coisa próxima de 2%", respondeu o ministro.
Não se sabe quando vai o Governo mandar o programa de estabilidade para Bruxelas, mas já está marcada no Parlamento português a apresentação do documento, tendo sido agendado para 19 de Abril.
O responsável pela pasta das Finanças de Portugal adiantou que o Executivo está a prever "fortes números para as exportações" e, no que respeita ao consumo privado, este terá um "contributo positivo" para a economia mas não "será a chave da situação económica em Portugal", acrescentou.
A previsão média de crescimento dos economistas aponta para uma expansão de 1,5% este ano, de acordo com a média das estimativas de 25 economistas consultados pela Bloomberg.
Mário Centeno realçou neste evento que o Executivo focou as reformas no sistema financeiro, de forma a dar robustez ao sector, reiterando que o país conseguiu atrair capital estrangeiro para os bancos portugueses.
Centeno realçou o facto de o país estar a conseguir convergir com a Europa, o que "é algo novo para Portugal" e que "nos coloca numa boa posição".
Ainda assim, "temos de fazer o nosso trabalho de casa" de forma a "criar condições para que o rácio da dívida diminua", sublinhando que o país já tem um "excedente primário" e que deverá sair do procedimento de défices excessivos, o que "será positivo". Este contexto poderá levar a que outros agentes económicos possam partilhar da perspectiva positiva sobre Portugal.
(Notícia actualizada às 12:00 com mais declarações)