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Centeno: Capitalização da Caixa será fechada quinta-feira
O ministro das Finanças diz que a capitalização do banco estatal ficará concluída esta quinta-feira.
"A capitalização da Caixa será fechada" esta quinta-feira, afirmou o ministro das Finanças, Mário Centeno, em entrevista à Bloomberg TV. O ministro referiu-se a "hoje" como data de fecho da operação, mas estava a referir-se a quinta-feira, dia 30 de Março.
Significa por isso que esta quinta-feira o Estado injectará 2,5 mil milhões de euros na Caixa Geral de Depósitos (CGD). Ao mesmo tempo, será liquidada a emissão de dívida perpétua, no montante de 500 milhões de euros.
O banco público fechou as condições da emissão de dívida perpétua a semana passada, tendo acordado pagar uma taxa de 10,75%.
Recorde-se que uma das exigências de Bruxelas no processo de recapitalização da CGD determinava que a injecção de capital do Estado no banco fosse realizada em paralelo com a emissão de dívida perpétua.
Mário Centeno realçou que esta operação de recapitalização da Caixa vai agora permitir ao banco público estar "numa posição melhor" para enfrentar o problema do crédito malparado. Será "muito mais fácil para a Caixa lidar com o crédito malparado", sendo que o banco público "tem cerca de um terço do malparado" da banca nacional "e pode agora lidar com isso."
Questionado sobre as fragilidades do sistema financeiro nacional, Centeno sublinhou que "há um ano havia várias instituições financeiras com problemas". A sequência de eventos "que enfrentámos foi muito desafiante" e passou pela "estabilização do sector financeiro", tendo o país conseguido atrair "capital estrangeiro para a banca. Fomos capazes de atrair capital de todo o mundo. De quatro continentes", salientou o ministro.
Na mesma entrevista, Mário Centeno reiterou que "estamos próximos de fechar o Novo Banco", algo que já tinha sido afirmado pelo próprio.
O ministro das Finanças falou ainda sobre o "Brexit" realçando que "estamos a entrar em águas nunca exploradas" e que a União Europeia terá de saber aproveitar as oportunidades que surgirão deste evento, defendendo que é preciso manter a proximidade entre o país e o resto da Europa. "Precisamos do Reino Unido para o nosso futuro económico. Pensamos que é muito importante manter a economia do Reino Unido próxima da economia europeia". E não por ser "apenas uma aliança muito antiga", mas porque é "chave para as nossas empresas, para a nossa economia."
(Notícia actualizada, pela segunda vez, às 10:30 com alteração da data da capitalização. O ministro das Finanças enganou-se na indicação do dia)