Notícia
Juros portugueses em queda baixam barreira dos 4%
A 'yield' da dívida a dez anos baixou a fasquia dos 4% pela primeira vez em duas semanas, depois de Centeno ter admitido rever em alta as estimativas de crescimento para o PIB e ter adiantado que a banca está num período de "estabilização".
Os juros da dívida pública portuguesa estão a cair pela quarta sessão consecutiva, tendo, no prazo a dez anos, baixado a barreira dos 4% pela primeira vez em duas semanas.
A ‘yield’ associada às obrigações portuguesas a dez anos desce 8,4 pontos base para 3,987%, o valor mais baixo desde 15 de Março. A par das ‘yields’, também o risco da dívida nacional – medido pelo spread face à dívida alemã – está mais baixo, já que o alívio nos juros das obrigações germânicas é menor. O spread recua, nesta altura, 2,3 pontos para 360,2 pontos.
Esta evolução acontece depois de o ministro das Finanças, Mário Centeno, ter admitido que o Governo deverá rever em alta as estimativas de crescimento para a economia, este ano, e passado uma mensagem de confiança sobre o sistema financeiro nacional.
Em entrevista à Bloomberg, esta quarta-feira, Centeno sublinhou que "há um ano havia várias instituições financeiras com problemas". A sequência de eventos "que enfrentámos foi muito desafiante" e passou pela "estabilização do sector financeiro", tendo o país conseguido atrair "capital estrangeiro para a banca".
"Para resolver o problema do crédito malparado os bancos precisavam de ser capitalizados. Precisámos de atrair capital privado", afirmou o ministro acrescentando que, agora, "estamos numa posição de estabilização".
Na mesma entrevista, o responsável pela pasta das Finanças admitiu que o Executivo deverá rever as estimativas de crescimento para este ano, para um valor próximo de 2%.
Ainda que Portugal se destaque nas descidas, a queda dos juros estende-se à generalidade dos países da Zona Euro, num dia marcado pelo início do divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia.
Em Espanha, a ‘yield’ das obrigações a dez anos cai 4,2 pontos para 1,638, em Itália recua 4,1 pontos para 2,120% e na Alemanha desce 3,7 pontos para 0,351%.