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PGR confirma que processo de Tomás Correia tem origem na Operação Marquês

O processo de compra de terrenos em que Tomás Correia foi constituído arguido tem origem nas diligências desenvolvidas na Operação Marquês. Depois de Tomás Correia se ter distanciado da operação em que Sócrates é o principal arguido, a PGR associou-o.

Bruno Simão
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O processo no qual Tomás Correia foi constituído arguido teve origem na Operação Marquês. A confirmação é feita esta quarta-feira, 29 de Março, pela Procuradoria-Geral da República que, em comunicado, associa o presidente da mutualista Montepio à operação que tem como principal arguido o ex-primeiro-ministro José Sócrates.

"A investigação, iniciada em 2016, teve origem numa certidão extraída da designada Operação Marquês. O inquérito encontra-se em segredo de justiça", diz a Procuradoria-Geral da República, que assim confirma o Diário de Notícias que noticiou, esta quarta-feira, que o Ministério Público suspeita de que, além de Salgado e Vara, outras pessoas com responsabilidades na banca terão recebido comissões ilegais na concessão de crédito bancário, suspeita que teve origem na Operação Marquês, da qual foi extraída certidão para nova investigação. A TVI e a SIC avançaram, mais tarde, com um nome: António Tomás Correia. Mas o presidente da associação mutualista tentou distanciar-se, em comunicado, da operação marquês.
"Desminto categoricamente qualquer envolvimento com a referida Operação Marquês, não estando constituído como parte no citado processo (...) Não é difícil contextualizar as notícias agora veiculadas, em véspera de realização da assembleia-geral do Montepio Geral Associação Mutualista, a qual presido por mandato que me foi confiado pelos senhores associados para o triénio 2016-2018". A declaração de Tomás Correia foi agora esclarecida pela Procuradoria-Geral da República.

O processo no qual Tomás Correia é arguido investiga factos relacionados com o financiamento concedido pelo Montepio Geral e BES a um fundo para aquisição de terrenos, tendo já sido constituídos três arguidos. Em Janeiro, quando a PGR deu conta das buscas no Montepio havia, ainda, dois arguidos, tendo agora confirmado a existência de três. Estão a ser investigados factos que apontam para a prática de crimes de burla qualificada, abuso de confiança, branqueamento, fraude fiscal e, eventualmente, corrupção, dizia a PGR em Janeiro.

Segundo o Expresso já tinha noticiado em Janeiro, em causa está um negócio de financiamento bancário para a compra de 50 hectares de terrenos na Amadora, no Marconi Parque, num valor de 74 milhões de euros, concedidos pelo Montepio e BES ao fundo imobiliário Invesfundo II. Há a suspeita que, no âmbito desse negócio, Tomás Correia possa ter recebido 1,5 milhões de euros de José Guilherme, o contrutor civil da Amadora que também deu 14 milhões de euros a Ricardo Salgado. José Guilherme é um dos detentores do Invesfundo II em conjunto com João Silvério, também construtor na Amadora, e pai de Jorge Silvério, responsável pela urbanização do Marconi Parque. O Expresso avançava que Jorge Silvério era outro dos arguidos neste processo.


Tomás Correia voltou esta quarta-feira a afirmar que "se alguma vez se colocar a possibilidade de transitar em julgado algo a meu desfavor, em qualquer tribunal, por quaisquer actos ilícitos, abdicarei do exercício das minhas funções. Estou profundamente convicto e seguro de que isso não vai acontecer. Estou tranquilo relativamente ao desfecho destas, e de outras acusações que me foram dirigidas."

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