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Contas bancárias: MP investiga as de Manuel Pinho, Suíça arresta as de Ricardo Salgado

Depois das contas bancárias e de propriedades em Portugal, Ricardo Salgado viu as suas contas na Suíça serem arrestadas pelas autoridades locais. Entretanto, o Ministério Público português está a passar a pente fino as contas de Manuel Pinho e de António Mexia.

Pedro Elias
21 de Abril de 2018 às 13:00
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Após Ricardo Salgado ter sido constituído arguido, ontem, 20 de Abril, no caso EDP, o semanário Expresso avança na edição de hoje os últimos desenvolvimentos sobre os processos de investigação relativos ao antigo líder do BES, ao ex-ministro Manuel Pinho e ao presidente da eléctrica António Mexia.

 

Sobre Pinho e Mexia, o Expresso garante que o Banco de Portugal já entregou ao Ministério Público (MP)o acervo de dados bancários dos arguidos Pinho e Mexia, depois de, no ano passado, o juiz de instrução criminal, Ivo Rosa, ter recusado o acesso a essa informação.

 

Recorde-se que este caso assenta em suspeitas de benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos à principal eléctrica nacional por parte do ex-ministro da Economia do Governo de José Sócrates, alegando o MP que Pinho terá recebido meio milhão de euros do GES como contrapartida ainda quando era ministro.

 

Além das declarações de impostos e dos extractos bancários de Pinho e Mexia, o Expresso adianta que, num despacho de 10 de Abril, os procuradores Carlos Casimiro e Hugo Neto vieram solicitar ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e à TAP que faculte os dados das viagens feitas aos Estados Unidos por Pinho, Mexia e João Manso Neto, administrador da EDP e também arguido, entre 2005 e 2015.

 

Ora, um dos elementos centrais da investigação é o facto de, após ter saído do Governo, Pinho ter ido leccionar para a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, após um alegado pagamento de mais de um milhão de euros por parte da EDP àquela instituição norte-americana.

 

O processo da EDP atribui a Pinho quatro "offshores" ligadas a fluxos financeiros do GES.

 

Relativamente a Ricardo Salgado, o Expresso avança que, depois de o antigo presidente do BES ter sido alvo de arresto de contas e de propriedades em Portugal, chegou agora a vez de o Ministério Público arrestar várias contas que o banqueiro possui no Banco UBS em Genebra, tendo ainda enviado para Portugal os extractos bancários dessas contas desde 2006.

 

Segundo o semanário, a decisão helvética surge na sequência de uma carta rogatória datada de Janeiro de 2017, e enviada pela Procuradoria-Geral da República, que identificava Salgado como fazendo parte de uma lista de quatro suspeitos num inquérito-crime relacionado com eventuais crimes de corrupção, burla qualificada, abuso de confiança, fraude fiscal e branqueamento de capitais e que já levou à constituição como arguido de António Tomás Correia, ex-CEO do Montepio e actual presidente da associação mutualista dona deste banco.

 

Ricardo Salgado é arguido nos processos Monte Branco, GES, Operação Marquês e, desde esta sexta-feira, no chamado "caso EDP", mas não é arguido no processo-crime contra Tomás Correia.

 

No âmbito deste último processo, suspeita-se que Tomás Correia terá recebido 1,5 milhões de euros do construtor José Guilherme, o mesmo que também terá pago 14 milhões de euros a Salgado.

 

Agora, revela o Expresso, a suspeita é a de o banqueiro terá recebido mais dois milhões de euros de José Guilherme, por causa de crédito a um empreendimento ligado ao construtor.

 

O advogado de José Guilherme garantiu ao semanário que o empresário se limitou a cumprir instruções de um amigo, "a fim de garantir o futuro dos netos, para uma conta que lhe foi indicada, mas que desconhecia e desconhece pertencer ao senhor dr. Tomás Correia".

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