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Salgado constituído arguido no caso EDP

O ex-presidente executivo do BES é suspeito de ter ordenado uma transferência de 500 mil euros para uma offshore do antigo ministro da Economia Manuel Pinho.

Ex-CEO do BES e ex-administrador da ESI
Negócios 20 de Abril de 2018 às 19:25
Ricardo Salgado foi constituído arguido no caso EDP esta sexta-feira, avança a Sábado. O antigo presidente torna-se arguido na investigação que diz respeito a suspeitas de benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos à principal eléctrica nacional por parte de Manuel Pinho, ex-ministro da Economia do Governo de José Sócrates. Salgado, segundo o Ministério Público, terá ordenado uma transferência de 500 mil euros para uma offshore de Manuel Pinho quando este ainda estava em funções. Os procuradores alegam que tal montante terá servido como contrapartida para Pinho beneficiar o Grupo Espírito Santo.

Num comunicado enviado à redacção do Observador sobre o recebimento por parte de Manuel Pinho de 1,2 milhões de euros do Grupo Espírito Santo enquanto era ministro da Economia de José Sócrates, a defesa de Ricardo Salgado diz que a "é falsa e despropositada a tese agora fabricada pelo Ministério Público de que o Dr. Ricardo Salgado teria participado num suposto acto de corrupção do Dr. Manuel Pinho, em benefício do GES e da EDP".


No comunicado, a defesa do ex-presidente do BES diz que "apenas foi transmitida ao Dr. Ricardo Salgado uma indiciação parca e repleta de generalidades" quando foi constituído arguido.

Contactada pela Lusa, a Procuradoria-Geral da República confirmou também a constituição como arguido de Ricardo Salgado, no âmbito do designado processo dos CMEC (Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual).

Os pagamentos terão sido feitos entre 18 de Outubro de 2006 e 20 de Junho de 2012 para uma offshore que recebeu o nome Tartaruga Foundation, com sede no Panamá. As transferências terão sido efectuadas pelo Espírito Santo Enterprises - offshore com ligações ao banco português, também sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.

De acordo com um despacho do Ministério Público citado pelo Observador, as transferências terão sido realizadas "por ordem de Ricardo Salgado" ao "aqui arguido, ex-ministro da Economia, Manuel Pinho".

Salgado é suspeito de ter tomado um conjunto de decisões em termos de legislação de produção e venda de electricidade que terão beneficiado a EDP num total de cerca de 1,2 mil milhões de euros. O BES chegou a deter 3% do capital da empresa de electricidade, usufruindo desses supostos benefícios enquanto accionista.

Salgado é já arguido em três outros casos: Monte Branco, Universo Espírito Santo e Operação Marquês.
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