É numa altura em que o Montepio anda nas bocas do mundo que os associados da mutualista vão esta noite reunir-se em assembleia-geral. É esta reunião que vai deliberar sobre as contas consolidadas de 2015, que revelaram um capital próprio negativo de 107 milhões de euros. Serão ainda discutidos os relatórios individuais de 2016, nos quais a mutualista teve lucros de 7,4 milhões de euros, com ganhos extraordinários. Em termos individuais, a mutualista apresentou, em 2016, capitais próprios positivos.

A assembleia desta quinta-feira promete ser agitada pelas  notícias que têm saído sobre a situação do Montepio e dos processos que pendem sobre o presidente da mutualista. António Tomás Correia tem já notas de acusação do Banco de Portugal e está a ser investigado judicialmente por créditos concedidos à época em que presidiu à Caixa Económica. Aliás, ainda esta quarta-feira, a Procuradoria-geral da República revelou que o caso em que é arguido, no qual está a ser investigado o recebimento pelo banqueiro de 1,5 milhões de euros pelo construtor José Guilherme, foi extraído do processo Operação Marquês. Tomás Correia, além de se tentar distanciar desse caso, voltou a afirmar que sairá do Montepio "se transitar em julgado algo a meu desfavor em tribunal". O Montepio tem 632 mil associados, mas só os que estão inscritos há dois anos podem votar na assembleia.