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Governo vê PIB acima de 2% até 2022

A actualização do Programa de Estabilidade traz projecções mais optimistas para o crescimento. Ainda assim, o ministro das Finanças, Mário Centeno, assume que há riscos externos para a actividade económica.

Miguel A. Lopes/Lusa
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Mário Centeno, ministro das Finanças, vê a economia portuguesa a crescer acima de 2% até 2022. No Programa de Estabilidade, enviado esta sexta-feira para a Assembleia da República, o Governo revê em alta as estimativas para o PIB.

Segundo o documento, a economia portuguesa deverá crescer 2,3% este ano, uma décima a mais face ao previsto no Orçamento do Estado, tal como tinha sido avançado pelo Negócios. Depois, este ritmo deverá manter-se até 2020, abrandando para 2,2% apenas em 2021 e depois para 2,1% em 2022.

O ritmo de crescimento projectado pelo Governo é mais optimista do que o esperado, por exemplo, pelo Banco de Portugal e pelo Fundo Monetário Internacional. Ambas as instituições, que actualizaram projecções em Fevereiro e Março deste ano, respectivamente, esperam um abrandamento do crescimento progressivo, ao longo dos próximos anos.

Apesar de antever um bom comportamento das exportações – que deverão crescer 6,3% este ano, abrandando depois para valores em torno dos 4% – o Governo espera que este crescimento seja suportado com o contributo da procura interna. A procura externa líquida dá um contributo negativo em todos os anos.

Ainda assim, Centeno conta com saldos positivos na balança comercial durante todo o horizonte de projecção, ainda que em tendência decrescente.

Na conferência de imprensa de apresentação do Programa de Estabilidade, Mário Centeno defendeu que Portugal continuará a "convergência com a União Europeia." Notou que o desemprego continuará "sustentadamente a cair" e frisou que se vai verificar uma "clara redução do endividamento público."

Nas contas do Governo, que em termos orçamentais incluem défices mais baixos e entrada em excedente orçamental a partir de 2020, o rácio da dívida pública no PIB vai cair mais depressa, chegando a 102% em 2022.


Mercado de trabalho melhora, mas Governo está menos optimista que o Banco de Portugal

No que toca ao desemprego, o Executivo projecta taxas cada vez mais baixas nos próximos quatro anos. Ainda assim, o cenário para que aponta é menos optimista do que o do Banco de Portugal.

O Governo espera uma taxa de desemprego de 7,6% já este ano (uma décima a menos do que o valor que serviu de base à construção do Orçamento do Estado), mas depois espera reduções mais curtas, até chegar a 2022 nos 6,3%. Já o Banco de Portugal vê a taxa de desemprego em 5,9%, em 2022.

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