Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Costa ao FT: Orçamento é um "sinal claro" de responsabilidade orçamental

O primeiro-ministro diz que as negociações com Bruxelas foram difíceis, mas confia que conseguirá agradar tanto à Comissão Europeia como ao PCP e ao Bloco de Esquerda.

Erid Vidal/Reuters
24 de Janeiro de 2016 às 17:29
  • 27
  • ...

A proposta de Orçamento que está a ser preparada e cujo esboço foi divulgado na sexta-feira é a "prova" de que é possível virar a página da austeridade e manter a disciplina orçamental, defende António Costa em entrevista ao jornal Financial Times, publicada domingo, 24 de Janeiro. Para o primeiro-ministro trata-se de um documento que dá um "sinal claro" de responsabilidade orçamental e constitui um "compromisso forte" com as regras europeias.
 
"Enquanto cria as fundações para mais empregos, crescimento mais alto e melhor protecção social, este orçamento vai mais longe a reduzir o défice do que o previsto no nosso programa de Governo. Isto demonstra que temos um compromisso forte com a responsabilidade orçamental e com o cumprimento das regras europeias", afirma António Costa ao jornal especializado, acrescentando que, encontrar o equilíbrio entre as exigências de Bruxelas e os compromissos assumidos com PCP e Bloco de Esquerda, é um "exercício muito exigente".

cotacao É completamente errado pensar que um país europeu como Portugal poderá ser mais competitivo com base em factores de competitividade de terceiro mundo. António Costa Primeiro-ministro

O primeiro-ministro conta que foram "semanas de conversas intensas" com a Comissão Europeia que culminaram na decisão de apresentar um orçamento com um défice de 2,6% do PIB, um valor duas décimas abaixo dos 2,8% do PIB previstos no programa de Governo. O Executivo promete ainda baixar o saldo estrutural (o que desconta o efeito do ciclo económico e das receitas extraordinárias) em 0,2 pontos, para 1,1% do PIB, o que descreve como "a maior redução em muitos anos".

O líder socialista aproveita a entrevista para responder aos que o acusam de estar a voltar atrás com as reformas e esforços implementados nos anos da troika, prejudicando a competitividade da economia. O Financial Times explicita o aumento do salário mínimo, a redução do número de horas de trabalho no Estado, a redução de IRS, a reversão de cortes salariais na função pública e a reposição de feriados.

"É completamente errado pensar que um país europeu como Portugal poderá ser mais competitivo com base em factores de competitividade de terceiro mundo. A ideia de que a produtividade aumenta devido ao número de horas trabalhadas dá às pessoas o incentivo errado. Isso tem de ser conseguido aumentando o valor dos bens e serviços que produzimos", afirmou, sublinhando que o "futuro não é sobre trabalhar mais horas ou ter menos feriados. É sobre garantir mais investimento em educação, ciência, inovação e tecnologia". 

Ver comentários
Saber mais Costa Financial Times défice orçamento Comissão Europeia
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio