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Costa ao FT: Orçamento é um "sinal claro" de responsabilidade orçamental
O primeiro-ministro diz que as negociações com Bruxelas foram difíceis, mas confia que conseguirá agradar tanto à Comissão Europeia como ao PCP e ao Bloco de Esquerda.
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A proposta de Orçamento que está a ser preparada e cujo esboço foi divulgado na sexta-feira é a "prova" de que é possível virar a página da austeridade e manter a disciplina orçamental, defende António Costa em entrevista ao jornal Financial Times, publicada domingo, 24 de Janeiro. Para o primeiro-ministro trata-se de um documento que dá um "sinal claro" de responsabilidade orçamental e constitui um "compromisso forte" com as regras europeias.
"Enquanto cria as fundações para mais empregos, crescimento mais alto e melhor protecção social, este orçamento vai mais longe a reduzir o défice do que o previsto no nosso programa de Governo. Isto demonstra que temos um compromisso forte com a responsabilidade orçamental e com o cumprimento das regras europeias", afirma António Costa ao jornal especializado, acrescentando que, encontrar o equilíbrio entre as exigências de Bruxelas e os compromissos assumidos com PCP e Bloco de Esquerda, é um "exercício muito exigente".
O primeiro-ministro conta que foram "semanas de conversas intensas" com a Comissão Europeia que culminaram na decisão de apresentar um orçamento com um défice de 2,6% do PIB, um valor duas décimas abaixo dos 2,8% do PIB previstos no programa de Governo. O Executivo promete ainda baixar o saldo estrutural (o que desconta o efeito do ciclo económico e das receitas extraordinárias) em 0,2 pontos, para 1,1% do PIB, o que descreve como "a maior redução em muitos anos".
"É completamente errado pensar que um país europeu como Portugal poderá ser mais competitivo com base em factores de competitividade de terceiro mundo. A ideia de que a produtividade aumenta devido ao número de horas trabalhadas dá às pessoas o incentivo errado. Isso tem de ser conseguido aumentando o valor dos bens e serviços que produzimos", afirmou, sublinhando que o "futuro não é sobre trabalhar mais horas ou ter menos feriados. É sobre garantir mais investimento em educação, ciência, inovação e tecnologia".