É a apontar para a troika que o CDS critica o cenário macroeconómico que o PS espera para os próximos anos com base nas suas propostas. "O que isto realmente significa é que, caso se realizasse, teríamos novamente a troika em Portugal", atirou Cecília Meireles, que calcula que as medidas propostas pelos socialistas custem o equivalente a 1,8% do PIB, cerca de três mil milhões de euros.

Para a deputada do CDS, partido que pertence à coligação governamental, as medidas propostas por um grupo de especialistas ligados ao PS, como o alívio da taxa social única paga pelos trabalhadores compensado por cortes nas pensões futuras, vão fazer o défice e a dívida "disparar". "Deixávamos de crescer", acusa. O PS não segue esse sentido e diz mesmo que o produto interno bruto estará a avançar 3% em 2017.

Essas medidas "são um ataque à própria sustentabilidade da Segurança Social", acusou a deputada em conferência de imprensa, dizendo que, ao reduzir a TSU dos trabalhadores, não se percebe como é que seriam pagas as actuais pensões, já que as propostas socialistas apenas prevêm redução de pensões para quem tem menos de 60 anos, ou seja, os primeiros cortes só ocorreriam daqui a cinco anos. Sobre aspectos como as previsões macroeconómicas, em que há uma previsão de descida do desemprego para a casa dos 7% em 2019, Cecília Meireles não quis comentar por não ter tido tempo para ler todo o documento.

Questionada pelos jornalistas sobre se as medidas propostas não aproxima o PS do campo do CDS, facilitando uma eventual coligação entre socialistas e centristas após as eleições de Outubro, a deputada rejeitou. "Não vejo qualquer aproximação ao programa eleitoral do CDS"

E rematou, voltando ao tema do início da sua intervenção: "O programa do CDS nunca previu o regresso da troika a Portugal".

Do Governo, o PSD também já tinha comentado dizendo que as medidas se aproximam das parcerias público-privadas - beneficiar agora para pagar depois.