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Tsipras e Juncker discutiram reforma do sistema de pensões e do mercado laboral

O primeiro-ministro grego e o presidente da Comissão Europeia fizeram uma análise, esta quarta-feira, à s negociações entre a Grécia e as instituições credoras. Entre os temas debatidos, esteve a necessidade de reformas no sistema de pensões e no mercado laboral.

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“Não vamos mudar tudo porque houve um resultado eleitoral que agrada a uns, e desagrada a outros”
06 de Maio de 2015 às 16:04
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O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, mantiveram, esta quarta-feira, 6 de Maio, uma conversa telefónica com o objectivo de discutir o andamento das negociações entre a Grécia e as instituições credoras sobre o plano de reformas que Atenas terá de aplicar.

 

Num comunicado conjunto de Tsipras e Juncker é referido que entre os temas abordados esteve a "importância de reformas para modernizar o sistema de pensões, tornando-o mais justo, sustentável do ponto de vista orçamental e eficaz no objectivo de evitar a pobreza na terceira idade ".

 

Explicam ainda que também conversaram sobre "a necessidade de a evolução salarial" e as regras de mercado funcionarem no sentido de apoiar a criação de postos de trabalho, garantir maior competitividade e coesão social.

 

Esta declaração conjunta dá assim a entender que Alexis Tsipras estará disponível para adequar tanto as suas promessas eleitorais, como as medidas anunciadas em matéria de pensões e mercado laboral, às exigências dos seus parceiros e àquilo que é regra na generalidade dos países europeus. Até ao momento, Atenas mostrava-se intransigente em negociar nestas áreas.

 

Ainda ontem, o parlamento grego aprovou a reintegração de cerca de quatro mil funcionários despedidos devido às políticas de austeridade dos últimos anos, algo a que a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) se opõem.  

 

O comunicado acrescenta que em relação àquelas matérias, Tsipras e Juncker "concordaram quanto ao papel, moderno e efectivo, que um sistema de negociação colectiva (concertação social) deve assumir", o qual terá de ser "desenvolvido através de amplos processos de consulta e corresponder ao mais elevados padrões europeus".

 

Aparentemente, o governante helénico está mesmo disposto a assumir maior protagonismo nas negociações com as instituições credoras, numa altura em que se mantém o impasse quanto à lista de reformas com que Atenas terá de se comprometer de forma a ver libertada a tranche de 7,2 mil milhões de euros prevista no programa de assistência grego, entretanto prolongado até ao final de Junho, e que permanece por desbloquear.

 

Este é um sinal que já havia sido dado quando, há mais de uma semana, Tsipras resolveu remodelar a equipa responsável pelas negociações entre Atenas e os seus parceiros, retirando poderes ao ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, e atribuindo a coordenação das negociações ao vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Euclid Tsakalotos.

 

Pelo seu lado, Varoufakis, que esteve, esta quarta-feira, reunido em Roma com o seu homólogo italiano, Per Carlo Padoan, anunciou que a reunião do Eurogrupo agendada para a próxima segunda-feira, 11 de Maio, poderá servir de "plataforma" para um acordo final entre as partes. As autoridades helénicas enfrentam um momento delicado devido à escassez de capital, sabendo-se que a 12 de Maio têm de devolver cerca de 770 milhões de euros ao FMI. Esta quarta-feira, concretizaram o pagamento de 200 milhões de euros ao FMI.

 

Apesar de a Comissão Europeia ter assinalado o dia 11 de Maio como a data limite para atingir um acordo final, este foi um objectivo entretanto ignorado por Varoufakis que ainda ontem garantia que o encontro dos ministros das Finanças do euro seria apenas mais um passo nas conversações.

 

Porém, Yanis Varoufakis admite agora, segundo cita a agência Reuters, que durante a conversa com Padoan foram trocados pontos de vista sobre a melhor forma de o próximo Eurogrupo servir de "plataforma" para chegar a uma "espécie de acordo entre a Grécia e os nossos parceiros para solucionar não apenas as actuais negociações, mas levar a um período pós-Junho que possibilite que a economia grega recupere e volte a crescer".

 

Juncker dizia esta terça-feira que "Atenas tem de dar grandes passos na nossa direcção". O comunicado conjunto do político luxemburguês e de Tsipras conclui dizendo que "conversações construtivas deverão continuar dentro do Grupo de Bruxelas", ou seja, no âmbito da anteriormente designada de troika.

 

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