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Grécia passa cheque de 750 milhões ao FMI

Segundo fontes do Ministério grego das Finanças, a ordem para pagar mais 750 milhões de euros ao FMI já foi dada. Prazo para realizar este reembolso termina amanhã. Haverá dinheiro para os seguintes?

14 de Maio – Varoufakis diz que dívida grega “não é sustentável” e reconhece dificuldades em pagar ao BCE

“Como é que isto podia ser feito? Através de um 'swap'. A ideia de um 'swap' entre o governo grego e o BCE enche de medo a alma do senhor Draghi. Porque, como sabem, o senhor Draghi está numa grande luta com o Bundesbank, que está a lutar contra o 'quantitative easing'. O senhor Weidmann [governador do banco central alemão] é um dos maiores opositores”
Bloomberg
11 de Maio de 2015 às 17:02
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O Ministério grego das Finanças já deu ordem para pagar os mais de 750 milhões de euros devidos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) por conta do primeiro empréstimo internacional concedido à Grécia há cinco anos. A informação está a ser avançada pela Reuters, que cita duas fontes do Ministério de Yanis Varoufakis.

 

Atenas tem garantido que pagará a tempo e horas ao FMI, depois de em Abril ter sido noticiado que Yanis Varoufakis abordara Christine Lagarde para pedir um adiamento, tendo então sido fortemente aconselhado a não formalizar esse pedido.

 

Embora ainda tenha fundos por receber do segundo empréstimo negociado em 2012, a Grécia começou neste ano a reembolsar ao FMI o primeiro empréstimo, acordado em 2010. Estes desembolsos estariam cobertos com os novos empréstimos da troika que foram, no entanto, suspensos por falta de acordo sobre entre Atenas e os credores sobre o rumo do país.

 

Atenas conseguiu até agora pagar aos credores internacionais, evitando entrar numa situação de incumprimento. Possivelmente essa margem financeira tem sido, em boa medida, assegurada porque o Governo de Alexis Tsipras emitiu um decreto que força as entidades locais e empresas públicas a transferir para o banco central todo o excesso de liquidez, ao mesmo tempo que tem adiado pagamentos a terceiros. Contudo, a associação de municípios decidiu neste fim-de-semana que irá desafiar o Governo e não transferirá mais verbas para o Estado central "a menos que o governo reconheça publicamente que o país está em dificuldades", segundo o que afirmou Giorgos Patoulis, presidente da associação de municípios, citado pelo Ekathimerini. Dados revelados nesta segunda-feira pelo site noticioso Macropolis apontam, por seu lado, para que as dívidas do Estado grego ao sector privado tenham subido mais de 10% em Março para 4,43 mil milhões de euros.

 

"Faremos o possível para obter hoje uma decisão que nos permita um alívio em termos de liquidez", mas "acho que a solução vai surgir nos próximos dias, não necessariamente hoje", disse esta manhã Varoufakis à rádio grega Sto Kokkino, antes de chegar a Bruxelas onde decorre a reunião do Eurogrupo.

 

"O governo grego está a batalhar numa luta negocial muito dura para alcançar um acordo que permita não apenas a libertação de uma nova transferência mas também uma alteração substantiva ao contexto de crise", acrescentou o governante, a quem o primeiro-ministro Alexis Tsipras retirou recentemente a coordenação directa das negociações com os parceiros europeus e FMI, após três meses de impasse que arriscam empurrar o país para uma crise de liquidez. Só em Junho, a Grécia tem de pagar mais 1,5 mil milhões ao FMI. Em Julho e Agosto, tem de devolver outros três mil milhões ao BCE.

 

Há ainda 7,2 mil milhões de euros de sobra do segundo resgate, que foi prolongado em Fevereiro até ao fim de Junho. Mas o Eurogrupo desta tarde não irá dar luz verdes a novas transferências, dado que persistem profundas clivagens entre a troika e o governo grego sobre como tornar o país sustentável, em particular sobre a reforma do sistema pensionista e o grau de flexibilidade que deve ser mantido nos contratos de trabalho. Deste encontro - refere a Reuters - espera-se apenas uma curta declaração escrita para constatar progressos, assim como a promessa de Atenas de acelerar o seu trabalho e que "mais tempo e esforço são necessários para ultrapassar as diferenças que persistem".

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