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Grécia pagou ao FMI com reservas de emergência depositadas no FMI

Declarações de responsáveis do Governo grego, citados pela Reuters, sugerem que o risco de a Grécia entrar em incumprimento é iminente.

27 de Março -  Varoufakis no Twitter

“Sempre que as negociações aquecem há rumores da minha demissão. É engraçado”
12 de Maio de 2015 às 12:51
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A Grécia usou a conta de reserva que os países-membros têm junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) para pagar o reembolso de 750 milhões de euros devidos ao próprio FMI por conta do primeiro empréstimo que o país começou a receber em 2010. A informação está a ser avançada pela Reuters, que cita uma fonte anónima do Executivo de Atenas, e sugere que o país está à beira da ruptura de liquidez, pelo que o risco de entrar em incumprimento será iminente.

 

Os países-membros do FMI têm duas contas junto da instituição - uma onde as suas quotas anuais são depositadas e uma conta de depósito que pode ser usada para situações de emergência. Segundo explicou uma fonte governamental grega à Reuters, Atenas utilizou cerca de 650 milhões de euros da conta de depósito de emergência para fazer o pagamento ao FMI.
"Fizemos uso do dinheiro na nossa conta no fundo", disse essa fonte, ao acrescentar que "o governo também utilizou cerca de 100 milhões de suas reservas de caixa". De acordo com Ekathimerini, o FMI teve de dar autorização para que essa conta de emergência pudesse ser usada, e o montante retirado terá de ser resposto em breve.

 

O pagamento feito hoje ao FMI acalmou os receios de um calote grego imediato, mas o ministro das Finanças Yanis Varoufakis disse nesta segunda-feira a situação de liquidez é "grave" pelo que é "terrivelmente urgente" alcançar um acordo com a troika que permita libertar fundos internacionais para Atenas nas próximas semanas.

 

O Governo tem conseguido até agora evitar entrar numa situação de incumprimento, mas à custa de um grande "aperto" doméstico. Alexis Tsipras emitiu um decreto que força as entidades locais e empresas públicas a transferir para o banco central todo o excesso de liquidez, ao mesmo tempo que tem adiado pagamentos a terceiros. De acordo com um porta-voz do Governo, por via deste decreto o Governo central conseguiu até agora angariar 600 milhões de euros. Contudo, a associação de municípios decidiu neste fim-de-semana que irá desafiar o Governo e não transferirá mais verbas para o Estado central "a menos que o governo reconheça publicamente que o país está em dificuldades", segundo o que afirmou Giorgos Patoulis, presidente da associação de municípios. 

 

Por seu turno, dados revelados nesta segunda-feira apontam para que as dívidas do Estado grego ao sector privado tenham subido mais de 10% em Março para 4,43 mil milhões de euros.

 

Depois do desembolso desta semana ao FMI, Atenas tem de refinanciar ainda em Maio 1,4 mil milhões de euros em bilhetes do tesouro. Em Junho, tem de pagar mais 1,5 mil milhões ao FMI. Em Julho e Agosto, tem de devolver outros três mil milhões ao BCE. 

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