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Fitch mantém rating de Portugal em A- mas sobe outlook para positivo

A agência de ratings optou por manter a notação esta sexta-feira, mas melhorou a perspetiva devido à redução da dívida e ao desempenho das contas públicas. Orçamento deve ser aprovado e instabilidade política não deverá levar a eleições antecipadas, diz o relatório.

Brendan McDermid/Reuters
20 de Setembro de 2024 às 22:09
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A Fitch decidiu manter o rating de Portugal em A-, de acordo com a revisão publicada esta sexta-feira, elevando o outlook para positivo. A agência mantém assim a notação da dívida soberana em quatro níveis acima de "lixo", depois de a ter elevado para o nível A em setembro de 2023 e mantido o rating na última avaliação, em março.

A agência de ratings refere que a passagem do outlook para positivo reflete "o progresso contínuo na redução da dívida pública, um registo de compromisso para com uma política orçamental prudente e a continuação da desalavancagem, que reduzem as vulnerabilidades de Portugal".

A Fitch destaca a redução do endividamento do Estado, ao dizer que espera que o "crescimento económico moderado e o modesto excedente orçamental" reduzam a dívida para 95,8% do PIB no final de 2024, face a 99,1% no final de 2023.

Para a agência, Portugal vai continuar a ter um desempenho orçamental melhor do que os seus pares da UE. A Fitch espera uma queda do excedente para 0,2% em 2024, face a 1,2% em 2023, depois de o governo "ter respondido a algumas exigências sociais antigas", e os anos seguintes deverão ser de regresso aos deficits, na ordem dos 0,2%. Contudo, salienta que o executivo "continua comprometido em sustentar superavits modestos no médio prazo". 

Sobre o cenário político, apesar de a "posição minoritária do governo" resultar em "incerteza", incluindo em relação ao orçamento, a agência continua a ter como cenário base a aprovação da proposta orçamental. Contudo, alerta que o governo poderá ter de recorrer a duodécimos, o que levaria a uma "política orçamental mais restrita" e "adiamentos na implementação de políticas". Ainda assim, vê um "baixo risco" de eleições antecipadas no próximo ano.

Quanto ao crescimento, a Fitch aponta para um abrandamento causado pelas fracas exportações líquidas. A agência prevê um crescimento de 1,7% contra 2,3% em 2023, impulsionado pelo consumo privado e investimento, este último beneficiado pelo PRR. O crescimento deve acelerar para 1,9% em 2025 e 2026.

Apesar do abrandamento do crescimento, o mercado de trabalho deverá continuar resiliente, com a Fitch a prever um ligeiro aumento da taxa de desemprego para 6,66% em 2024. Já a inflação deve abrandar para 2,6% em 2024 e estabilizar em torno de 2% em 2025 e 2026.

 

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