Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Atenas nega que precise de mais empréstimos ou de impor perdas aos depositantes

O Governo grego diz que não precisa de um terceiro resgate e que os bancos não imporão perdas, como sucedeu em Chipre, em caso de recapitalização. Porta-voz diz que há quatro "linhas vermelhas" que Tsipras não pisará, mas espera acordo nesta semana. Já Bruxelas volta a pedir mais empenho e adverte para excesso de optimismo.

Reuters
18 de Maio de 2015 às 12:26
  • 28
  • ...

O porta-voz do primeiro-ministro grego Alexis Tsipras recusou nesta segunda-feira, 18 de Maio, que o Governo precise de um terceiro empréstimo externo para pagar credores, salários e pensões, após a conclusão do segundo resgate da troika em Junho, no âmbito do qual ainda sobram 7,2 mil milhões de euros.

 

Confrontado com notícias que dão conta da probabilidade de os bancos (maioritariamente detidos pelo Estado) estarem à beira da falência, com fraca liquidez e base de capital, Gabriel Sakellaridis negou ainda a possibilidade de em caso de nova recapitalização estes imporem perdas aos accionistas e eventualmente aos depositantes não-garantidos (contas acima de 100 mil euros), tal como sucedeu em Chipre e é determinado pelo novo enquadramento legal europeu, já aplicado ao desmantelamento do BES.

 

"Não teremos uma solução como a de Chipre. Essa alternativa de ‘bail-in’ não existe", disse na conferência de imprensa diária, citado pelo Guardian. Durante a crise financeira, a esmagadora maioria dos bancos foi resgatada por dinheiro dos contribuintes (bail-out). Em Chipre, o paradigma mudou e passaram a ser os accionistas e obrigacionistas (entre os quais se integram os depositantes) a assumir primordialmente a factura. 

 

O porta-voz de Tsipras garantiu ainda que o governo "não assinará um novo memorando", em referência ao contrato de condicionalidade que está associado aos empréstimos externos. Na semana passada, o ministro grego das Finanças Yanis Varoufakis disse que a Grécia precisa de um novo empréstimo para, pelo menos, reembolsar os títulos de dívida que emitiu e que foram comprados em 2010 pelo Banco Central Europeu (BCE).

 

Em reacção, uma fonte anónima do banco central grego disse que estas declarações tenderão a aumentar o ritmo de fuga de depósitos, que, desde Dezembro, se elevará a 35 mil milhões de euros. "Foi um erro do governo sequer admitir esta possibilidade, o que mais uma vez é revelador da sua inexperiência".

 

Sobre o resgate em vigor, e tendo em conta a possibilidade de receber a fatia restante, o porta-voz do primeiro-ministro grego disse que há quatro "linhas vermelhas" que Alexis Tsipras não pisará nas negociações -  privatizações, pensões, IVA e dívida - mas que, ainda assim, espera um acordo após a cimeira de Riga, marcada para esta quinta e sexta-feiras. Já Bruxelas voltou hoje a pedir mais empenho e a advertir para  algum excesso de optimismo, frisando que as negociações estão a decorrer a um ritmo "muito lento".

 

 

Ver comentários
Saber mais Alexis Tsipras Governo Gabriel Sakellaridis Yanis Varoufakis Chipre Grécia Banco Central Europeu resgate bail-in
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio