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Varoufakis quer banco virtuoso e banco mau para recuperar economia da Grécia

O ministro das Finanças grego apresentou esta quarta-feira um 'ecossistema virtuoso' para a recuperação económica da Grécia, que assenta num banco virtuoso, 'de desenvolvimento', valorizando os activos do Estado, e um 'mau', para eliminar os créditos de risco.

7 de Junho – Varoufakis a anunciar que a Grécia 'está determinada a rejeitar as propostas da UE”

“Foi um movimento agressivo projectado para aterrorizar o Governo (...) sem entender que o Governo grego não pode ser aterrorizado. O documento apresentado ao primeiro-ministro está no limite do insulto”.
Bloomberg
06 de Maio de 2015 às 22:08
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Yanis Varoufakis, em artigo distribuído pelo Project Syndicate, que divulga análises e opiniões de várias personalidades, imaginou "uma proposta para a recuperação da Grécia", lamentando que as discussões intensas entre o país e os seus credores se concentrem no financiamento de curto prazo, sem qualquer "visão" de um desenvolvimento económico duradouro.

 

Para o ministro, um economista que entrou na política com a vitória da esquerda nas eleições legislativas gregas de Janeiro, esta recuperação "necessita duas novas instituições públicas colaborando com o sector privado e as instituições europeias".

 

Em termos mais concretos, Varoufakis especificou: "um banco de desenvolvimento que explore os activos públicos e um 'banco mau' para permitir ao sistema bancário, afectado por créditos de duvidosos, reencontrar uma capacidade de financiamento das empresas rentáveis e viradas para a exportação". 

 

O banco de desenvolvimento, associado aos financiamentos do Banco Europeu de Investimento e ao plano de investimento apresentado pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, teria por missão frutificar o dinheiro das privatizações em vez de este servir unicamente "para tapar buracos orçamentais", escreveu o ministro.

 

Os dividendos deste banco seriam destinados à recuperação das caixas de segurança social e reforma, fortemente impactadas por seis anos de recessão. Uma nova redução do número destas caixas e a luta contra o trabalho clandestino, "para o qual a brutal desregulação do mercado de trabalho empurrou os trabalhadores", completariam a recuperação da segurança social grega.

 

Para evitar a reprodução do "modelo de crescimento pelo endividamento de antes de 2008", o "frenesim do consumo" encorajado pelos bancos privados e "a aplicação de dinheiros públicos em transacções duvidosas", o banco de desenvolvimento procuraria "seleccionar os investimentos produtivos" nos sectores considerados mais promissores, como tecnologia, agro-alimentar, farmácia e até entretenimento, designadamente atraindo a realização de filmes.

 

Os bancos libertados dos seus activos tóxicos recomeçariam a fazer circular liquidez na economia, esperando-se que "o impacto virtuoso" da recuperação permita progressivamente ao 'banco mau' realizar lucros, ainda segundo Varoufakis.

 

Quanto a "cartéis, práticas anticoncorrenciais, profissões fechadas e burocracia, vão descobrir em breve que o governo é o seu pior inimigo", prometeu o ministro, a concluir o artigo. 

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